sexta-feira, 12 de junho de 2009

Juro ao consumidor continua a 131%

DEU NO JORNAL DO BRASIL

Queda da taxa básica até agora tem pequeno impacto prático para brasileiros, diz a Anefac

O impacto da queda de 1,0 ponto percentual da taxa básica de juros para o consumidor deve ser pequeno. Simulação feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a redução da Selic de 10,25% ao ano para 9,25% deve trazer a taxa média de juros cobrados à pessoa física dos atuais 133,7% ao ano para 131,62% ao ano.

De acordo com a Anefac, a modalidade de crédito mais cara ao consumidor é o empréstimo pessoal junto a financeiras, que deve cair de 259,03% cobrados ao ano atualmente para 255,94% após o corte da Selic. Em seguida, no ranking do crédito mais oneroso, aparece o cartão de crédito, que deve cobrar 235,01% ao ano pelo dinheiro emprestado, frente os atuais 237,93%.

De acordo com a Anefac, o maior benefício com a redução da Selic vem da queda da rentabilidade dos bancos em aplicações de tesouraria (títulos públicos). A taxa básica de juros serve de parâmetro para, entre outros, regular quanto o banco ganha aplicando o dinheiro que possui em títulos do governo. Com retorno menor neste tipo de aplicação, a Anefac crê que as instituições financeiras busquem ganhos maiores emprestando mais ao consumidor, provocando maior competição no mercado e taxas um pouco menores.

Simulação feita pela associação mostra que a redução da Selic trará os juros cobrados no cheque especial de 7,66% ao mês para 7,58%. Um consumidor que utilize esta modalidade por 20 dias para um empréstimo de R$ 1 mil pagará apenas R$ 0,54 a menos de juros com a nova Selic.

Já para o consumidor que pega emprestado R$ 25 mil para a compra de um veículo na modalidade CDC e paga este valor em 60 meses verá a prestação cair de R$ 880,23 por mês para R$ 864,97, segundo a simulação da Anefac.

Reduções dos bancos

Logo depois do anúncio da redução da Selic, alguns bancos começaram a divulgar redução em suas taxas de juros cobradas nas operações de empréstimo. O primeiro a se manifestar foi o Banco do Brasil que informou que a nova tabela de juros entrará em vigor na próxima segunda-feira. O BB anunciou que os beneficiários da Previdência terão taxas a partir de 1,57% ao mês. O financiamento de material de construção terá juros de 1,66% a 2,58% e o crédito consignado em folha de pagamento terá juros a partir de 1,59% para servidores públicos federais do Executivo. Esta última redução só entrará em vigor no dia 1º de julho.

No cheque especial, a taxa máxima vai cair para 7,69% ao mês e a mínima, para 1,25%. No cartão de crédito, a taxa máxima cede para 12,56% ao mês e a mínima vai ser de 2,99%, com redução de 17,6% na taxa mínima.

De acordo com o comunicado do BB, a decisão dá sequência a uma série de reduções de juros ocorridas nos últimos meses também em relação às operações de crédito de pessoas jurídicas. O Itaú Unibanco foi outro banco a informar que, em função da redução da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), diminuirá pela quarta vez no ano suas taxas máximas de contratação do crediário e do cheque especial, tanto para pessoa física quanto para empresas. A medida valerá a partir da próxima quarta-feira. A redução será de 0,8 ponto percentual sobre as taxas máximas mensais praticadas atualmente pelo banco privado.

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