domingo, 14 de junho de 2009

Sem consenso, PSDB cuida dos palanques

DEU EM O GLOBO

Serra fechou acordo na Bahia, e Aécio recebeu apoio do PDT

BRASÍLIA. A demora na escolha de seu candidato à Presidência e as perspectivas de o Brasil superar em pouco tempo os efeitos mais danosos da crise econômica mundial estão levando oposicionistas a admitirem, desde já, que terão uma disputa eleitoral duríssima pela frente.

De qualquer forma, os oposicionistas acreditam que Dilma continua sendo a candidata mais fácil de se enfrentar. Pesariam contra sua candidatura a falta de consistência do ponto de vista intelectual, uma arrogância criticada até por aliados e o fato de nunca ter sido testada nas urnas. Isso, enquanto o mais forte nome da oposição, o governador paulista, José Serra, desponta em pesquisas qualitativas como o segundo político mais admirado do país, perdendo apenas para Lula.

Enquanto Serra e o mineiro Aécio Neves não chegam a um consenso, os tucanos planejam reforçar os palanques estaduais de seu futuro candidato à Presidência. Neste campo, Serra tem trabalhado com afinco. Ele teria tido participação decisiva, por exemplo, no fechamento de um acordo entre tucanos e democratas na Bahia, o que deverá ser decisivo para o lançamento da candidatura de Paulo Souto, do DEM, ao governo baiano no próximo ano.

A avaliação da oposição é que essas coligações regionais poderão ser decisivas em 2010, até porque Dilma não tem o carisma do presidente Lula, e o PT é muito ruim na hora de fechar alianças.

Aécio tenta mostrar trânsito entre partidos da base de Lula

Já Aécio tem tentado mostrar seu trânsito com legendas que integram hoje a base aliada do governo Lula. Nas últimas semanas, por exemplo, recebeu declarações públicas de apoio do presidente licenciado do PDT, o ministro Carlos Lupi, e do presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson. A habilidade do governador de Minas agrada a parte da cúpula tucana, que, mesmo ciente de que a candidatura de Serra seria mais competitiva, admite que Aécio teria potencial para se sair bem numa disputa nacional, por suas características de articulador político e seu enorme jogo de cintura.

Paralelamente à estratégia de cada um de seus pré-candidatos, a cúpula tucana estuda a melhor forma de neutralizar dois fatores que poderiam desequilibrar a eleição em favor de Lula e sua candidata: o medo dos eleitores de que o PSDB possa acabar com o Bolsa Família e a possibilidade de o PT ressuscitar o discurso de que os tucanos só sabem privatizar, a exemplo do que aconteceu em 2006, que acabou levando o candidato Geraldo Alckmin a receber no segundo turno menos votos do que no primeiro. O PSDB já ensaia o discurso em defesa das políticas sociais.

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