sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Copacabana de novo às escuras

DEU EM O DIA

Copacabana foi um dos bairros mais atingidos pela falta de energia, ontem à noite, que durou 4 horas

Mais de 30 horas após apagão que atingiu vários estados, Zona Sul e outros bairros do Rio voltaram a sofrer com a falta de luz ontem à noite. Ministra Dilma admite que País pode ter mais apagões e MPF exige explicação sobre o blecaute

Rio - Pouco mais de 30 horas após o apagão que atingiu 18 estados, vários bairros do Rio voltaram a ficar sem luz ontem, a partir das 20h, e o mais atingido foi Copacabana. O trecho entre a Praça Almirante Gonçalves e a Rua Francisco Otaviano, no Posto Seis, ficou às escuras por mais de 4 horas. A causa do blecaute de ontem, segundo técnicos, foi uma pane em transformadores da Light. Outros bairros afetados foram Ipanema, Santa Teresa, Laranjeiras e Rio Comprido.

Um cabo do transformador subterrâneo, que fica bem em frente ao Hotel Copacabana Rio Hotel, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, começou a soltar fumaça por volta das 20h. “Logo depois, a luz começou a enfraquecer e de repente tudo apagou”, contou um funciopnário. Nos bares e restaurantes, o jeito foi improvisar com velas nas mesas.

NOVOS APAGÕES

Apesar de o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, dar o assunto blecaute de terça-feira “por encerrado”, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu que o País pode ter novos apagões. Dilma voltou a justificar o apagão com fenômenos climáticos, explicação contestada por especialistas. Para ela, o sistema apenas se protegeu. “Nós não estamos livres de um blecaute”, disse ela, enfatizando que no sistema elétrico brasileiro, de linhas de transmissão interligadas, não se pode prometer que apagões não ocorrerão. O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, admitiu falhas: “Era para o restante do sistema se ajustar. Eles são planejados para desligar e religar”.

Enquanto isso, o Ministério Público Federal exige que órgãos do setor elétrico esclareçam o motivo da pane até segunda-feira.

Por causa do apagão de terça-feira, pelo menos 12 mil alunos da rede pública do Rio ainda ficaram sem aula ontem. O abastecimento de água, interrompido devido à queda de energia nas hidrelétricas, também ainda não havia sido restabelecido em 19 escolas e 18 creches do município e uma unidade estadual. Na E. M. Levy Neves, no Engenho da Rainha, alunos do segundo turno tiveram que voltar para casa.

A Cedae afirmou que, até o fim da tarde, o sistema de abastecimento trabalhava com 98% de sua capacidade. Os 2% restantes devem ser normalizados hoje.

Indenização de R$ 300 mil, 10 anos depois de apagão

O apagão de 11 de março de 1999 deixou mais de 10 estados sem luz e um prejuízo que só agora começa a ser reparado para a aposentada Marlene Costa, de 70 anos, graças a uma ação na Justiça. Este ano ela recebeu R$ 300 mil da Light, por danos morais. Faltam outros R$ 100 mil, determinados pela Justiça, e uma ação por danos materiais ainda tramita.

O apartamento em que Marlene morava com a família ficou completamente destruído por uma descarga elétrica, quando a luz voltou depois do blecaute.

“A energia voltou com tanta força que gerou fagulhas na televisão. Logo, o apartamento ficou destruído pelo fogo”, contou o advogado da família, Luiz Henrique Jund. “A família perdeu um apartamento inteiro. A indenização demorou dez anos, mas foi justa”, completou.

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