quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Encurralado entre Serra e Aécio, DEM tenta superar racha

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

A cúpula do partido se reúne hoje em Brasília para unificar seu discurso sobre a sucessão presidencial

Fernando Rodrigues
Da Sucursal de Brasília

Enfraquecido pela permanência fora do poder federal por quase sete anos e com uma bancada sempre em declínio no Congresso, o DEM faz hoje almoço em Brasília para tentar unificar o discurso sobre 2010.

Nas últimas semanas, caciques do DEM têm se desentendido em público a respeito da estratégia a ser adotada na disputa pelo Palácio do Planalto.

De um lado, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), e seu pai, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, atacam o PSDB pela estratégia de aguardar até março ou abril para definir quem será o candidato a presidente. A maioria dos deputados democratas apoia as críticas. Essa ala enxerga no governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), a melhor opção como postulante ao Planalto.

Do outro lado está o grupo comandado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e pelo ex-presidente da sigla Jorge Bornhausen. Eles apoiam o governador José Serra (PSDB-SP) e não enxergam problemas na tática de postergar a decisão.

"O almoço terá dois objetivos principais. Vamos tentar unificar o nosso discurso e dizer que o DEM vai apoiar o candidato a presidente do PSDB, não importa quem ele seja. E vamos trabalhar para ter Serra e Aécio juntos na disputa, possivelmente numa chapa Serra-Aécio", explica o governador do DF, José Roberto Arruda.

Foram convidados todos os 56 deputados e 13 senadores do DEM. A cúpula também estará presente, inclusive Kassab.

Há nos bastidores do DEM também especulação sobre como os políticos do partido vão se comportar em 2010 nos Estados diante de uma possível alta popularidade do presidente Lula. O governador de Brasília nega um possível apoio ao PT ou à pré-candidata dessa legenda ao Planalto, Dilma Rousseff.

O líder na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), disse que o "sentimento é pela busca da unidade partidária", mas ressalva: "Enquanto o PSDB não se definir sobre quem será o candidato a presidente, o DEM continuará a fazer alianças localmente. Mais adiante, ninguém poderá cobrar do nosso partido que tenhamos palanques homogêneos em todos os locais para o candidato a presidente".

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