sexta-feira, 27 de novembro de 2009

'Não é necessário concordar sempre', diz Amorim sobre carta do Brasil aos EUA

Ministro das Relações Exteriores disse que carta enviada é amistosa.

Correspondências tratam do Irã, Honduras e metas para o clima.

Da Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou a seu colega norte-americano Barack Obama resposta contendo os temas que Brasil e Estados Unidos poderiam tentar chegar a um maior entendimento, afirmou nesta quinta-feira (26) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Amorim disse que a carta tem um tom amistoso e franco, assim como a correspondência enviada a Lula por Obama no fim de semana.

"Não é necessário concordar sempre. O importante é conversar", disse Amorim a jornalistas em Manaus, antes do início da Cúpula dos Países Amazônicos e da França sobre a questão climática. "O Brasil tem essa obsessão de que se ele não concorda com os EUA vai cair um raio na nossa cabeça. Não é assim", acrescentou o chanceler brasileiro.

As duas cartas, que não foram tornadas públicas, detalham o posicionamento de ambos os países sobre a suposta tentativa do Irã de obter armas nucleares, sobre as negociações para liberalização do comércio global, a situação política de Honduras e a reunião a ser realizada em Copenhague em dezembro sobre o combate ao aquecimento global.

A correspondência do presidente americano - enviada no dia anterior ao encontro de Lula com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad - levou a uma reação forte do assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, na terça (24), quando ele disse que o governo de Obama tinha um “sabor de decepção” para o Brasil.

Oriente Médio e Haiti

Amorim disse ainda que a carta do presidente Lula a Obama também relata a posição brasileira sobre o Oriente Médio e o Haiti.

"Abordou a questão da Palestina e do diálogo que ele manteve com os chefes de Estado e de governo que vieram ao Brasil recentemente", disse Amorim. Sobre o Haiti, Lula pediu ajuda dos EUA para reconstruir o país. "No Haiti, já há uma cooperação forte entre Brasil e EUA", afirmou.

Negando que haja uma crise nas relações bilaterais, Amorim disse que teve uma conversa de cerca de uma hora nesta quinta-feira com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e que o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, também conversou recentemente com o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jim Jones.

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