terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Aécio elogia Serra e diz querer disputar Senado

DEU EM O GLOBO

Governador de Minas deixa brecha, porém, para voltar a entrar na corrida presidencial: "Irreversível é a morte"

Cássio Bruno

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem, após encontro com o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia, no Rio, que não pretende voltar atrás na decisão de não concorrer à sucessão presidencial, e confirmou que vai disputar o Senado. O tucano avaliou como muito boa a iniciativa do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), précandidato à Presidência, de assumir uma postura mais ativa nas articulações para fortalecer sua candidatura contra a ministra Dilma Rousseff (PT).

— Muito bom, eu estimulo isso.

Estou à disposição dele (Serra).

No momento em que abro mão da disputa presidencial, faço um gesto de convergência.

Um gesto que tem que ser visto como de desprendimento, em torno daquilo que é mais importante, a construção de nossa unidade. Esse é o mais vigoroso instrumento que temos para chegar à vitória — disse Aécio.

Mesmo ressaltando que seu caminho é o Senado, o mineiro não considerou irreversível sua decisão de não concorrer à indicação do PSDB para disputar a sucessão do presidente Lula: — Irreversível é a morte. Não há nada além disso. Mas eu tenho uma decisão muito racional.

Posso trazer uma contribuição maior à vitória do nosso candidato. Estou cada vez mais convencido de que vencer em Minas é muito importante para o nosso candidato à Presidência.

Devo centrar o meu esforço em Minas. Então, essa decisão de uma candidatura ao Senado não é uma decisão impensada.

Indagado sobre a chapa purosangue do PSDB, Aécio disse que não houve avanço sobre o assunto, e que tem mais condições de ajudar a candidatura de Serra atuando em Minas. Ele confirmou que não participará hoje da agenda de Lula e Dilma: — Estou retornando para Minas, onde tenho outros compromissos.

Expliquei isso ao presidente, e ele compreendeu.

Aécio almoçou no apartamento de Rodrigo Maia, em São Conrado. Ao sair, destacou que a prioridade são as costuras regionais: — Aproveitamos para fazer uma análise mais detalhada das coligações e da realidade eleitoral nos vários estados. Chegamos ao momento de começarmos a definir algumas delas.

Em relação ao Rio, onde o pré-candidato é o deputado Fernando Gabeira (PV), Aécio criticou o presidente estadual do PV no Rio, vereador Alfredo Sirkis.

Um dos principais entraves para a coligação é a resistência de Sirkis ao nome do ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que pretende concorrer ao Senado: — Quando se busca o entendimento, você não pode iniciálo por resistência. Você tem que ver dentro do projeto maior o que mais interessa aos partidos. Questões de ordem pessoal são secundárias.

Segundo Rodrigo Maia, a aliança em torno das pré-candidaturas de Gabeira e Cesar Maia garantiria palanques no estado do Rio para Serra e para a senadora Marina da Silva (PV-AC), que também é précandidata à Presidência.

— Gabeira faz campanha para Marina e, Cesar, para Serra — explicou o parlamentar.

Ontem, uma reunião da executiva estadual do PV no Rio confirmou Gabeira como précandidato ao governo do Rio e a vereadora Aspásia Camargo para o Senado.

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