terça-feira, 2 de março de 2010

Brasília-DF::Luiz Carlos Azedo

DEU NO CORREIO BRAZILIENSE

Pela metade

A última pesquisa DataFolha sobre a corrida para suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pôs em xeque o favoritismo do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que caiu de 37% para 32% na preferência dos eleitores. E aumentou ainda mais a expectativa de poder em torno da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que subiu de 23% para 28% de intenções de voto. Petistas comemoram o resultado com uma espécie de “já ganhou”, que em outras circunstâncias seria um suicídio, mas neste ambiente pré-eleitoral é tudo o que precisam para manter o amplo bloco de forças da coligação governista sem ter que definir agora quem será o vice de Dilma.

O governador José Serra, porém, recebeu o resultado da pesquisa com sangue-frio, não teme um xeque-mate. O que os adversários dizem ser um copo que se esvazia, avalia como um copo cheio o suficiente para matar a sede de poder da oposição. Ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), que alguns responsabilizam pela redução da diferença em relação a Dilma em São Paulo, Serra disse ontem que a petista ainda vai crescer um pouco mais. Porém, não o suficiente para derrotá-lo.

Entre os aliados de Serra, também é grande a expectativa em torno dos dois encontros com o governador de Minas, Aécio Neves, previstos para amanhã, em Brasília e em Belo Horizonte, nos quais tudo poderia acontecer. Paulistas torcem para que Aécio aceite a vice; mineiros, que Serra desista da candidatura presidencial. Por ora, é mais provável ficar tudo como está.

Procura-se

Durante o fim de semana, o distrital Junior Brunelli (PSC-DF) fugiu da colega Érika Kokay (PT-DF) como o diabo foge da cruz. Tudo para evitar ser notificado da abertura do processo de cassação do mandato. Depois de deixar inúmeros recados a assessores de Brunelli, a petista foi ao endereço do deputado que consta na Câmara. Era endereço antigo. Desatualizado. --> --> --> --

Devagar

A assessoria da ministra Dilma Rousseff preparou uma agenda intensa de visitas a São Paulo, que cobre todas as cidades mais importantes do estado. A pré-candidata, inclusive, estará em Sorocaba na quinta, para mais um compromisso oficial. O plano é considerado vital para reduzir a vantagem de Serra no eleitorado paulista, mas continuará na gaveta nas próximas semanas. A ordem é ir devagar com o andor, porque o santo é de barro. O Planalto está de olho nas conversas entre Serra e Aécio Neves. E teme que o governador paulista jogue a toalha se for ultrapassado por Dilma antes do fim de março.

Compressor

O governo está seguro de que consegue atropelar a oposição e dissidentes da base nas votações do novo marco regulatório do petróleo no decorrer da semana. Pretende, inclusive, antecipar a votação da emenda Ibsen Pinheiro, que propõe a partilha dos royalties de petróleo segundo os mesmos critérios dos fundos constitucionais de participação de estados e municípios. Apesar do otimismo, é certa a derrota governista em relação à utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na ampliação da participação do Fundo dos Trabalhadores no capital da Petrobras. Em ano eleitoral, muitos parlamentares da base não querem cair em desgraça com os petroleiros.

Chapas

A cúpula do PT fez uma série de pesquisas qualitativas e testou várias possibilidades de composição da chapa de Serra. Chegou à conclusão que, para baixar o sarrafo na oposição, o melhor vice seria o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia, democrata do Rio Grande do Norte.

O nome do senador tucano Tasso Jereissati, por ser considerado adversário de Serra e aliado do candidato do PSB, Ciro Gomes, no Ceará, não foi testado.

Nos trilhos/Mesmo com a implosão do comando do GDF, a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) mantém as conversas para o empréstimo do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A garantia da União está sendo negociada principalmente com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Segundo a agência, a cláusula anticorrupção não se aplica aos últimos eventos da capital. Depois de autorizado pela Casa Civil e pelo Senado, o empréstimo garantirá aos cofres do DF 134 milhões de euros.

Soberba/“O PT do DF está se sentindo muito poderoso”, disparou ontem o senador Cristovam Buarque (PDT-DF, ex-PT).O ex-governador do GDF credita a mudança de comportamento ao crescimento da candidata petista à Presidência nas últimas pesquisas e à queda do que chama de forças conservadoras no DF. “O Roriz é uma liderança. Quem o ignorar, cometerá erro gravíssimo”, alertou.

Rachou/Como a coluna antecipou, o deputado Geraldo Magela (PT-DF) registrou sua pré-candidatura ao Governo do Distrito Federal. Com isso, haverá prévias para a escolha entre seu nome e o do ex-ministro Agnelo Queiroz. A divisão do PT candango é tão grande, dizem aliados, que haveria até uma guerra de dossiês contra os candidatos ao Palácio do Buriti.

Patinho

O presidente Lula resolveu acelerar a definição do candidato governista em São Paulo. A situação se complicou com a inscrição do senador Eduardo Matarazzo Suplicy como candidato às prévias do PT, ontem, contrariando toda a cúpula petista. Considerado um patinho por dirigentes do PT, Suplicy amarga as consequências de ter desafiado o presidente Lula a disputar prévias eleitorais para confirmar sua candidatura vitoriosa de 2002. Em 2006, foi reeleito senador com 8.986.803 votos

Com Norma Moura

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