quinta-feira, 23 de setembro de 2010

EBC contrata firma onde filho de ministro atua

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Claúdio Martins, filho de Franklin (Comunicação Social), trabalha na Tecnet, que venceu concorrência de R$ 6,2 mi

Ministro afirma estar "indignado" e nega irregularidade na licitação; EBC também diz que não houve erro

DE BRASÍLIA - A EBC (Empresa Brasil de Comunicação), estatal responsável por emissoras de TV públicas, contratou por R$ 6,2 milhões a empresa Tecnet, que emprega Cláudio Martins, filho do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins.

O contrato foi fechado após pregão realizado em 30 de dezembro de 2009.A Tecnet venceu a concorrência para gerenciar o sistema de arquivos digitais da EBC. De acordo com reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" publicada ontem, o ministro teria pedido "prioridade zero" no andamento dessa contratação.

O ministro, que é presidente do Conselho de Administração da EBC, negou qualquer irregularidade na licitação. "Mas não deixo de estar indignado pois isso ataca a minha honra. Não vejo nenhum problema. Não participo de licitação", disse Franklin ontem à Folha.

"Meu filho não é dono da empresa, mas funcionário - e não participou da licitação", também disse Franklin, em nota.

Ele negou ter pedido pressa na licitação. "O processo seguiu todos os processo legais" e a pressa no certame se refere há um momento sabido do serviço público: "Recursos de investimento não executados no ano fiscal são devolvidos ao Tesouro Nacional". A EBC também nega as acusações.

Em nota, a Tecnet confirmou que Cláudio Martins trabalha na empresa, mas negou que ele tenha interferido na licitação. Segundo a Tecnet, ele é responsável por negócios de software e tecnologia da empresa no exterior.

A RedeTV!, onde Cláudio também trabalha, é a principal acionista da Tecnet.

A Tecnet também ganhou dois pregões eletrônicos na Caixa Econômica Federal no valor de R$ 5,5 milhões para serviços de sistema de gravação de áudio e de sistema de discagem automático.

A vitória da Tecnet no pregão da EBC é questionada no Tribunal de Contas da União e no Tribunal Regional Federal da 1º Região.

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