quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Erenice empregou filha de dirigente da ECT

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Depois disso, o então secretário da Novacap contratou um irmão de Erenice, com um salário de R$ 4.167,31

Filha do presidente dos Correios diz que saiu para não prejudicar o pai, que concordou com o pedido de exoneração

Fernanda Odilla
DE BRASÍLIA
Letícia Sander
DO PAINEL

Antes de indicar David de Matos à presidência dos Correios, a ex-ministra Erenice Guerra, que deixou a Casa Civil sob suspeita de tráfico de influência, empregou a filha dele para trabalhar na pasta.

Nomeada assessora do gabinete da Casa Civil em 24 de junho com um salário de R$ 6.843,76, Paula Damas de Matos foi exonerada "a pedido", segundo portaria do "Diário Oficial" desta terça.

Um mês após Paula começar a trabalhar com Erenice, a então ministra avalizou a saída de Matos da secretaria-geral da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) do Distrito Federal para assumir o comando da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).

Erenice e Matos protagonizaram um caso de nomeação cruzada de parentes.No cargo de secretário-geral da Novacap, Matos contratou em maio deste ano José Euricélio Alves de Carvalho, irmão de Erenice, com salário de R$ 4.167,31, segundo o governo do DF.

José Euricélio, que antes da Novacap trabalhou quase dois anos na secretaria de Governo do DF, foi demitido na semana passada.

ACADEMIA

Paula disse à Folha que foi Erenice quem a chamou - numa academia de ginástica em Brasília- para trabalhar na Casa Civil.

"Erenice sempre foi amiga do meu pai, conheço ela desde que era criança. Nos encontramos na academia e ela me perguntou se eu tinha interesse em trabalhar na Casa Civil por um período curto."

Segundo Paula, Erenice disse que a Casa Civil estava "esvaziada por causa da eleição" e que precisava de gente para a coordenação dos trabalhos de assistência às vítimas das enchentes no Nordeste em junho deste ano.

Paula contou que consolidava as informações encaminhadas pelos Estados e por outros ministérios.

Ela diz que decidiu sair para não prejudicar o pai.

Davi de Matos confirma que a decisão foi tomada em conjunto. "Pedi que se afastasse", afirmou.

Chefe de Matos, o ministro das Comunicações, José Artur Filardi, disse que desconhecia o caso.

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