sexta-feira, 22 de outubro de 2010

'Presidente não pode acobertar violência'

DEU EM O GLOBO

Serra diz que Lula estimula a agressão contra adversários e que petistas são "profissionais da mentira"

Adauri Antunes Barbosa

MARINGÁ e PONTA GROSSA (PR). O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, culpou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela violência na campanha eleitoral ao comentar o incidente no Rio de Janeiro, na quarta-feira, quando foi atingido na cabeça por um objeto arremessado durante confusão entre petistas e militantes tucanos que o acompanhavam em Campo Grande. Antes de saber que o presidente minimizara a agressão, Serra acusou os petistas de "profissionais da mentira" e de "profissionais da violência" pelos ataques no Rio. Ele afirmou que, diferentemente de Lula, não trata adversário político "como inimigo a ser destruído".

- Somos contra a violência e contra tratar adversário como inimigo a ser destruído. Creio que, infelizmente, a atitude do presidente da República, de se jogar de corpo e alma no processo eleitoral, em vez de governar o país, e ao mesmo incitar a destruir os adversários, só contribui para esse clima de violência - disse.

"Eles provavelmente teriam feito uma simulação"

Em Ponta Grossa, depois de terem sido divulgadas as declarações de Lula duvidando da agressão, Serra criticou a reação do presidente.

- Fico preocupado porque o presidente ocupa o cargo mais importante do país e não pode ficar dando cobertura à violência. O PT mede com a régua deles. Eles provavelmente teriam feito uma simulação - disse. - O PT não sabe disputar uma eleição democrática. Fui agredido e todo mundo que estava em volta viu que não foi nada leve - afirmou.

Serra disse que "é o outro lado" que acirra os ânimos, por meio de uma "campanha de mentiras".

- É a maior campanha de mentiras que eu já vi. São os profissionais da mentira. E são também profissionais da violência. Já houve várias situações onde fizeram cerco, agressões e intimidações. Ontem (anteontem, no Rio) passaram da medida, inclusive pelo tipo de gente que foi levada lá. Não são militantes tradicionais. É gente de repressão, de atividade de reprimir mesmo. E o incidente comigo foi apenas um exemplo. Teve uma jornalista que também foi ferida. É gente preparada para intimidar, mas não vão nos intimidar. Vamos continuar nossa campanha, sem reproduzir o que eles fazem.

Colaborou: Eduardo Farias, especial para O GLOBO

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