quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Beltrame: facções se uniram e reação da PM será em dobro

DEU EM O GLOBO

Após 16 anos de uma guerra que matou dezenas de inocentes, as duas maiores facções criminosas do Rio se uniram pela primeira vez para tentar desestabilizar o principal projeto de segurança pública do estado: o da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A informação desta união foi dada ontem pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que, num discurso inflamado, anunciou que vai enfrentar os criminosos com efetivo dobrado das polícias Civil e Militar. A aliança dos bandidos já teria se concretizado também na Zona Sul, com a ida de traficantes do Complexo do Alemão para a Rocinha Em resposta aos ataques, que continuaram ontem, houve blitzes nas ruas e operações policiais em 22 favelas. A Polícia Rodoviária Federal triplicou seu contingente no estado. Oito presos serão transferidos para presídios federais.

A união do crime contra as UPPs

A GUERRA DO RIO

Grupos rivais de traficantes se aliam para ataques; Beltrame promete aumentar repressão

Vera Araújo

Pela primeira vez, depois de 16 anos, as duas maiores facções criminosas do Rio se uniram com o objetivo de desestabilizar o principal projeto de segurança pública do estado: o de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A informação foi dada ontem pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Num discurso inflamado, ele anunciou que vai endurecer a repressão aos bandidos, por planejarem a onda de ataques no Rio:

- O serviço de análise da Subsecretaria de Inteligência detectou que está havendo esse tipo de união de duas facções. Isso não quer dizer que o crime seja organizado, pois facção criminosa não é organizada.

Beltrame atribuiu a onda de ataques ao incômodo que as UPPs provocaram ao tráfico:

- Quem perde reclama e aposta na desestabilização. É isso que os bandidos tentam fazer com os ataques. Nós dobramos a aposta. Se as ações continuarem, vamos usar as forças (PM e Polícia Civil) com efetivo dobrado. Em qualquer lugar do mundo, quando há mudanças de estratégia no combate ao crime, esse tipo de coisa acontece. O que eu digo é que quem atravessar o caminho das UPPs será atropelado.

Cem bandidos do Alemão estariam na Rocinha

A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança já investiga a denúncia de que bandidos da Rocinha e do Complexo do Alemão, na Penha, de facções rivais, uniram forças. As duas comunidades são as mais importantes na geografia do crime no Rio. Os investigadores analisam a informação de que cem homens do Alemão estão na Rocinha e planejam criar dificuldades no caso de uma ação do Bope, para a implantação de uma UPP. Na favela, estariam escondidos centenas de pneus para serem incendiados durante uma incursão da tropa de elite, a fim de atrapalhar a visibilidade dos PMs que desembarcam de helicóptero, dando início à ocupação. Um morador da Rocinha contou que, nos últimos dois meses, tem crescido o número de bandidos desconhecidos circulando na favela armados de fuzis e metralhadoras.

Sobre a insegurança que tomou conta dos moradores do Rio, Beltrame disse que, enquanto o programa de segurança não estiver totalmente em prática, a população terá que conviver com as ações terroristas:

- Sei que a população tem seus motivos de preocupação, mas temos que executar um plano concreto de segurança pública. Enquanto não chegarmos ao Rio que se pretende, vamos continuar a ver essas ações de bandidos. A transformação que se quer não vai acontecer de uma hora para a outra.

O apoio da Força Nacional de Segurança ou das Forças Armadas foi descartado por ele:

- O governo federal não enviou ajuda. O que a Polícia Rodoviária Federal vai fazer é a obrigação dela: cuidar das rodovias federais.

Um comentário:

Anônimo disse...

aleluia.
ate que enfim.
eles tenque se unir mesmo :D