segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Futurologia:: Fernando Rodrigues

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

BRASÍLIA - Dois nomes se consolidaram na eleição deste ano no campo governista e na oposição.

O governador de Pernambuco reeleito, Eduardo Campos (PSB), é o emergente mais vistoso entre os dilmistas. E o senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) lidera o lado oposto.

Se moverem as peças corretas no tabuleiro, não é um exagero dizer que ambos estão habilitados para concorrer com chances reais de ganhar o Palácio do Planalto algum dia. Pode ser em 2014, 2018 ou 2022. Aécio tem 50 anos. Eduardo Campos, 45. O tempo está a favor deles. Jovens, podem esperar a fila andar e o momento certo.

No caso do tucano, tudo dependerá de como se sairá depois da transição de poder em curso no PSDB. Os aliados tradicionais da legenda, DEM e PPS, também precisam ser devidamente cooptados de maneira mais perene. Há alguns anos ouve-se a hipótese de fusão dessas siglas para criar uma agremiação análoga ao Partido Republicano dos EUA aqui no Brasil.

Essa eventual incorporação é vital para Aécio. O PSDB passa por um processo de raquitismo. Sem músculos partidários, o mineiro não terá uma caminhada suave.

No caso de Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes (1916-2005), a conjuntura é semelhante. Ele comanda um partido que terá em 2011 seis governadores, 34 deputados e três senadores. É a força de centro-esquerda mais saliente depois do PT. Por que não fundir as duas siglas e construir a maior agremiação de apoio a Dilma Rousseff a partir de 2011?

Juntos, PT e PSB teriam 11 governadores, 122 deputados e 18 senadores. Nasceria a maior sigla desde o PMDB anabolizado artificialmente nos anos 80 por causa do Plano Cruzado. Esse é um cenário improvável. Impossível talvez. Mas certamente seria uma aposta robusta para viabilizar um projeto presidencial competitivo de Campos nessa espécie de neo-PT.

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