domingo, 30 de janeiro de 2011

Bancada federal do Rio mostra pouca sintonia

Parlamentares da nova legislatura no Congresso não têm, em sua maioria, prioridades comuns para o estado

Cássio Bruno e Juliana Castro

A bancada federal do Rio assumirá a nova legislatura na próxima terça-feira com um desafio: unir-se em torno de uma prioridade em prol do estado. Levantamento realizado pelo GLOBO com 42 dos 46 deputados eleitos e reeleitos - quatro não responderam - revela que não há, até o momento, um tema em comum para atuação em conjunto no Congresso. Os parlamentares, além dos três senadores, citaram 26 áreas diferentes como as principais preocupações. A defesa dos royalties do petróleo foi a mais lembrada, maspor apenas sete deles; seis mencionaram a Saúde e quatro, a Segurança Pública.

O GLOBO perguntou aos deputados e aos senadores qual será a urgência de cada um para o Rio nos próximos quatro anos e os projetos de lei e emendas a serem elaboradas para que os assuntos escolhidos por eles saiam do papel. Eles tiveram de optar por uma única prioridade. Adilson Soares (PR) e Vitor Paulo (PRB) não informaram. Francisco Floriano (PR) e Walney Rocha (PTB) não foram localizados.

Apenas um deputado e um suplente - Glauber Braga (PSB) e Fernando Jordão (PMDB), respectivamente - mostraram-se preocupados em prevenir tragédias causadas pelas chuvas, como a da Região Serrana, onde 847 pessoas morreram até a última sexta-feira. Braga tem base eleitoral em Nova Friburgo e Jordão, em Angra dos Reis. No ano passado, a cidade do Sul Fluminense teve 53 mortos.

Para Ricardo Ismael, professor do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, há uma desunião histórica:

- Deputados e senadores do Rio pouco se mobilizam em ações prioritárias para agir de maneira integrada. Com a fragmentação, não há uma agenda em comum.

Sete titulares pedirão licença e suplentes assumirão

Dos 46 deputados, 23 pertencem à atual legislatura. Ou seja: há uma renovação de 50% da bancada. Trinta e um integram os partidos que fizeram parte da coligação que elegeu a presidente Dilma Rousseff. O PMDB e o PR terão o maior número de parlamentares, com oito em cada legenda. Em seguida, está o PT, com cinco. PDT e PSC ficam com três. DEM, PP, PV, PSDB, PSOL e PSB terão dois deputados cada. Outros sete serão representantes do PRB, PCdoB, PPS, PTB, PHS, PRTB e PMN.

Sete suplentes assumirão no dia seguinte à posse, depois que os titulares se licenciam. São eles: Nelson Bornier, Fernando Jordão e Solange Almeida, do PMDB; Chico D"Ângelo e Eliane Rolim, do PT; Deley (PSC) e Carlos Alberto (PMN). Eles vão substituir Leonardo Picciani, Pedro Paulo e Rodrigo Bethlem, do PMDB; Luiz Sérgio e Jorge Bittar, do PT; Júlio Lopes (PP) e Alexandre Cardoso (PSB), que já ocupam cargos nos governos federal, estadual e municipal.

Nos bastidores, as articulações políticas começaram. Os ex-aliados Anthony Garotinho (PR) e Eduardo Cunha (PMDB), que nos últimos dias trocaram acusações pelo Twitter, tentam costurar acordos. Em seu blog, Garotinho ameaça deputados do próprio partido:

"Se o grupo ligado ao governador Sérgio Cabral (PMDB) e liderado por (Jorge) Picciani (ex-presidente da Assembleia Legislativa) conseguir cooptar qualquer integrante do nosso partido, seja ele deputado federal, estadual, prefeito ou até mesmo vereador, quem por ventura aceitar fazer esse jogo será submetido à Comissão de Ética e desligado (do partido)".

Cunha trabalha para indicar um nome do PMDB do Rio para presidir a Comissão de Minas e Energia da Câmara. Alessandro Molon (PT), pela primeira vez deputado federal, tentará participar das Comissões de Constituição de Justiça e Cidadania, de Segurança Pública, Educação e Cultura e Direitos Humanos.

FONTE: O GLOBO

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