sábado, 12 de fevereiro de 2011

Senador petista é o primeiro a se rebelar e defender valor de R$ 560

Paulo Paim defende a emenda do PDT e avisa que outros dentro do PT também são favoráveis a um reajuste maior

Eduardo Bresciani

O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu ontem abertamente a elevação do salário mínimo para R$ 560 neste ano. Ele é o primeiro parlamentar petista a defender um valor acima dos R$ 545 propostos pelo Executivo.

Paim garante, porém, que não está sozinho. "Tenho conversado com as centrais sindicais e com deputados, inclusive alguns do PT, e há muita gente pedindo um entendimento em torno dos R$ 560", disse ao Estado.

O assédio a setores do PT ligados ao movimento sindical faz parte da estratégia das centrais sindicais para a votação prevista para ocorrer na Câmara já na próxima semana. Coube principalmente à Central Única dos Trabalhadores (CUT) procurar deputados do partido da presidente Dilma Rousseff. O trabalho é para evitar que o PT feche questão pelo mínimo de R$ 545. Sem fechamento de questão, os sindicalistas acreditam que dá para conseguir muitos votos na bancada petista.

Renegociação. Paim nega que o seu caminho seja de abrir uma dissidência. O senador pede a reabertura da mesa de negociações e que o valor de R$ 560 seja aceito pelo governo.

"Qual o problema de antecipar um pouco o aumento do ano que vem?", indaga o petista. "Se a Previdência estivesse tão mal, o governo não discutiria a redução da contribuição sobre a folha. As centrais souberam recuar dos R$ 580 para os R$ 560. Manter uma posição inflexível não fará bem a ninguém."

O PT não é o único foco de ataque das centrais. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) está tentando conquistar votos nas bancadas do PC do B e do PSB. A Força Sindical tem ao seu lado o PDT e conta com o fato de Paulo Pereira da Silva, seu presidente, ser deputado federal para conseguir votos em outras bancadas.

A indicação de Vicentinho (PT-SP) para relatar a matéria não assustou os sindicalistas envolvidos no trabalho direto com os parlamentares. Na avaliação deles, o ex-presidente da CUT cometeu um erro político ao aceitar a função e se posicionar contra a categoria.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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