sábado, 5 de março de 2011

Empresários organizam partido que promete gestão empresarial na política

Bernardo Mello Franco

SÃO PAULO - Com a promessa de levar práticas da iniciativa privada para o governo, um grupo de executivos desiludidos com siglas como PSDB e DEM articula o lançamento de uma legenda "sem políticos.

O projeto já tem nome, Partido Novo, e teve o estatuto publicado no "Diário Oficial da União" no dia 17.

Desde então, empresários e profissionais liberais têm recebido e-mails com um resumo das propostas e um anexo com fichas de adesão.

"Podíamos ter criado uma ONG, mas achamos que um partido teria capacidade de ação muito maior", diz o presidente da futura legenda, o economista carioca João Dionísio Amoêdo, 48.

Integrante do conselho de administração do Itaú BBA e ex-vice-presidente do Unibanco, ele já promoveu reuniões no Rio e em São Paulo para catequizar aliados.

O discurso liberal parece ter inspiração tucana, mas o fundador rejeita comparações com siglas tradicionais.

"Existem 27 partidos aí, mas nenhum deles defende a eficiência e a redução de impostos como principal bandeira", diz Amoêdo, que afirma nunca ter se filiado a uma legenda e não revela o voto em eleições passadas.

"A eficiência é a nossa principal plataforma. Os candidatos do Novo terão metas de gestão e serão cobrados para cumpri-las", promete.

O fundador é sócio da Casa das Garças, centro de estudos que reúne economistas como Edmar Bacha e André Lara Resende, pais do Real, e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

O vice-presidente da sigla, Marcelo Lessa Brandão, é executivo do grupo BFFC, que controla marcas como Bob"s, KFC e Pizza Hut.

Sem garantia de que a ideia sairá do papel, os fundadores já gastaram cerca de R$ 200 mil com consultoria jurídica e outros serviços.


Publicitários produziram site, perfis em redes sociais e um vídeo promocional, que repete lemas como "Pense no Brasil como uma empresa" e "Se o Brasil fosse uma empresa, você seria o cliente".

Falta reunir as 500 mil assinaturas exigidas pelo TSE para registrar a sigla.

"Não será fácil, mas sempre gostei de desafios", anima-se Amoêdo, ex-triatleta que no ano passado venceu um dos maiores, ao se curar de um linfoma.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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