sábado, 7 de maio de 2011

PMDB sonha com o Planalto

Presidente da sigla afirma que a legenda está pronta para romper com o PT e já estuda quem será o candidato próprio na corrida pelo posto de Dilma Rousseff na disputa de 2014

Juliana Cipriani

Belo Horizonte — O PMDB, partido que deu um vice à presidente Dilma Rousseff, pode lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto, concorrendo com a petista em 2014. É justamente ele, o vice-presidente Michel Temer, um dos nomes que está sendo “preparado” para disputar o posto pela legenda, assim como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A possibilidade de rompimento foi confirmada ontem pelo presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO), em Belo Horizonte, durante um seminário da sigla.

De acordo com Valdir Raupp, o PMDB cometeu o erro de não ter nomes para concorrer ao principal posto Executivo do país no ano passado. “Agora estamos com dois (nomes) na agulha sendo preparados, que são o vice-presidente Michel Temer e o governador do Rio, Sérgio Cabral. Isso não impede que surjam outras lideranças, mas, neste momento, temos que focar nesses dois nomes e batalhar em todos os encontros do partido e nos programas eleitorais, dando mais destaque a eles”, adiantou. Principal aliado do governo Dilma, o PMDB também deu sustentação à gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à eleição de Dilma. Além da Vice-Presidência, tem vários cargos na administração petista.

Mesmo sendo o principal partido da base, segundo o presidente do PMDB, não há constrangimento para a sigla em lançar candidato contra Dilma Rousseff, caso a petista concorra à reeleição. “Aliança se faz e se desfaz a qualquer momento. Não teremos problema em deixar os cargos para lançar candidato em 2014”, afirmou. O dirigente disse, no entanto, que é possível prolongar o casamento com Dilma. “Não está descartado apoiar a reeleição de Dilma Rousseff. Mas vamos preparar esses nomes para chegar a 2014 e avaliar: se a aliança for importante e estiver indo bem, podemos reforçá-la, senão, vamos ter nomes à altura para disputar a Presidência.” Raupp negou que a disposição de lançar candidatura própria à Presidência tenha relação com uma possível insatisfação no que tange a distribuição de cargos no governo federal. De acordo com ele, o PMDB tem um “compromisso” com o país.

O PMDB está passando por um processo de reestruturação, segundo seu presidente. O objetivo é chegar às eleições de 2012 com chapas completas para concorrer a vagas de vereadores e de prefeitos, já com o foco de fortalecer a legenda para 2014. O partido tem hoje 1.190 prefeitos e cerca de 2,5 mil vereadores. “O PMDB será maior ainda”, prevê Raupp. Como parte da estruturação, estão sendo feitas novas filiações e cursos de formação política.

Estratégia

Parte da estratégia de fortalecimento do PMDB passa por Minas Gerais. No estado, a sigla vai liberar os correligionários nos 853 municípios mineiros para fazer todo o tipo de aliança com vista a disputar prefeituras nas eleições municipais de 2012. Com a meta de conquistar o maior número de cidades possível, a legenda vai admitir até mesmo aproximações com PSDB, DEM e PPS.

Durante a abertura de um curso de pré-candidatos a vereadores, prefeitos e vices, o presidente estadual do PMDB, deputado federal Antônio Andrade, afirmou que o partido não vai causar impedimentos às realidades regionais. “Vamos procurar ter candidatos em todos os municípios e, nessa composição, vai prevalecer a tendência de cada cidade”, afirmou. Para Belo Horizonte, o partido reafirmou que terá candidato próprio. Até agora, quatro nomes se apresentaram: o deputado federal Leonardo Quintão, os estaduais Sávio Souza Cruz e Vanderlei Miranda e o vereador Iran Barbosa. “Temos outras possibilidades também. O nome que for escolhido terá o apoio de todo o partido”, disse Andrade.

A meta é ter candidatura própria no maior número possível de municípios. De acordo com Andrade, o partido quer fixar diretórios em todas as cidades do estado. Em 110 delas, com problemas locais de fidelidade, o comando partidário deve ser trocado. “Esperamos que isso possa se reduzir, mas, onde for inevitável, vamos fazer a dissolução das comissões provisórias, mesmo que possa contrariar interesses de deputados estaduais, federais ou lideranças do PMDB”, comentou.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE E ESTADO DE MINAS

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