sábado, 28 de maio de 2011

PSDB: Conselho terá comando enxuto mas de peso

Direção deve reunir FH, ex-governadores e nome do Congresso

BRASÍLIA. O Conselho Político do PSDB seria formado, a princípio, por um grupo enxuto, mas de peso. Teriam vaga o ex-presidente Fernando Henrique, os dois ex-candidatos do PSDB à Presidência (Serra e Alckmin), um representante dos governadores - que deverá ser Marconi Perillo, de Goiás -, e um representante do Congresso, no caso, Aécio Neves, além do presidente nacional do PSDB.

Apesar das promessas de que essa nova instância partidária terá estrutura de pessoal e autonomia financeira e operacional, ontem ainda não se sabia qual orçamento seria disponibilizado para o órgão, nem onde seria sua sede. Já o Instituto Teotônio Vilela (ITV) tem assegurada uma sala no anexo I do Senado, estrutura montada e 20% dos recursos do fundo partidário destinados ao PSDB, podendo dispor este ano de R$10 milhões.

Relutante em aceitar a oferta, Serra botou sua tropa em campo. Os tucanos paulistas, então, fizeram uma contraproposta pela qual eles abririam mão das duas vice-presidências do partido - prometidas ao ex-governador Alberto Goldman e ao secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional de São Paulo, Emanuel Fernandes - e também de outra vaga secundária na Executiva. Em troca, o grupo paulista teria o ITV.

Grupos de Aécio e Serra em guerra nos bastidores

Mas a proposta esbarrou nas resistências do grupo de Aécio, que vem travando nos bastidores uma queda de braço com Serra, de olho na vaga de candidato do partido à sucessão presidencial de 2014. O maior temor entre os aecistas é que Serra possa usar a estrutura do ITV para pavimentar uma nova candidatura sua à Presidência.

Enquanto FH e Alckmin estavam reunidos em São Paulo com Serra, em Brasília, Sérgio Guerra se revezava em inúmeras reuniões para encontrar uma saída para a crise tucana. Depois de um almoço com Aécio, Guerra recebeu Tasso Jereissati na sede do partido. Preocupado com a situação, o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), torcia pelo entendimento, assim como deputado o Rodrigo de Castro (PSDB-MG), que deverá ser reeleito hoje secretário-geral do partido, com apoio de Aécio.

Com todas essas dificuldades, os discursos públicos ainda eram de otimismo. Aécio acreditava na possibilidade de o partido sair unido da convenção:

- Se já tínhamos responsabilidade de construir nossa unidade, neste momento ela se impõe de maneira mais vigorosa ainda. Pois ela é que vai nos permitir enfrentar um governo que se fragiliza a cada dia. Não temos o direito de sair de outro jeito deste processo, a não ser unido. E que não seja apenas na fotografia. Vamos sair unidos da convenção. O PSDB é maior do que todos nós. Ninguém chega a 2014, sem passar por 2012.

A despeito do impasse em torno do ITV, a expectativa é que os 550 convencionais do PSDB elejam por unanimidade seu novo diretório nacional. Até ontem à noite, não havia previsão de disputa para nenhum dos 23 cargos da executiva.

São esperadas no auditório do Centro de Convenções Brasil 21, onde ocorrerá a convenção, um mil pessoas. Entre as principais estrelas do partido, o único que ainda não havia confirmado presença no evento era Serra.

FONTE: O GLOBO

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