quinta-feira, 30 de junho de 2011

Serra endurece críticas tucanas a governo Dilma

Conselho Político do PSDB faz 1ª reunião

Maria Lima

BRASILIA. Na primeira reunião do Conselho Político do PSDB, criado para acomodar José Serra na direção do partido, o ex-governador paulista apresentou documento contendo duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff e com recados a tucanos para evitar a divisão interna em função de disputas eleitorais.

O documento, no entanto, só será divulgado amanhã, depois de ser submetido ao senador Aécio Neves (MG), que é membro do Conselho mas estava ausente por problemas de saúde. O documento de análise de conjuntura centra na herança do governo Fernando Henrique Cardoso, que estaria sendo mal administrada pelo governo Dilma, chamado de "hesitante" e "sem rumo".

Ao discutir o texto, o presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), sugeriu que ele seja submetido a Aécio antes de ser divulgado. Guerra disse que o texto assinado por Serra, e que sairá em nome do Conselho, pode sofrer alterações, mas isso não significa que há discordâncias. Além de Serra, Guerra e Aécio, integram o Conselho o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO).

Segundo um dos participantes da reunião, o tom das críticas ao governo Dilma é muito mais duro do que o habitual entre os tucanos. Ao ser questionado sobre mudanças no texto original, Fernando Henrique disse que seguiria a proposta de Serra:

- É um bom documento. Como toda herança, pode-se perdê-la ou aumentá-la. Houve algumas coisinhas perdidas. Em outras houve ganhos, o que é natural, assim é a vida.

O ex-presidente, que recebeu elogios de Dilma, não quis detalhar onde o governo do PT estaria pondo a perder a herança dos anos FH.

- Já chega, vocês querem que eu fale mal da minha presidenta? - brincou, dizendo que não a convidou para a homenagem aos seus 80 anos, hoje no Senado, porque coube a Sérgio Guerra fazer os convites.

Sobre as orientações internas, Serra sugere, no documento, como a oposição deve se comportar, afirmando que "o maior inimigo é a desunião do partido".

Serra disse que o partido pode adotar o modelo de prévias para as eleições municipais onde houver disputa, como em São Paulo.

FONTE: O GLOBO

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