domingo, 21 de agosto de 2011

Paulo Bernardo e sua mulher teriam usado avião de empreiteira do Paraná


SÃO PAULO - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, teria usado o avião de uma empreiteira para viajar pelo país no ano passado, quando ainda comandava o Ministério do Planejamento no governo Luiz Inácio Lula da Silva. A informação é da revista "Época" desta semana e se baseia no relato de dois parlamentares, um da base do governo no Congresso e outro da oposição. A mulher de Paulo Bernardo, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, também teria usado o mesmo avião, um turboélice King Air, prefixo PR-AJT, durante sua pré-campanha para o Senado pelo Paraná, onde fica a sede da dona do avião, a construtora Sanches Tripoloni.

Segundo a reportagem, por quatro vezes nos últimos 40 dias "Época" perguntou a Bernardo se ele havia usado avião particular depois que se tornou ministro, mas em nenhuma delas obteve resposta. A revista fez a mesma pergunta a 30 ministros do atual governo, obtendo respostas de todos eles: 28 responderam que não usaram jatinhos, e apenas dois - Paulo Passos, dos Transportes, e Mario Negromonte, das Cidades - disseram que sim. Passos voou em aviões de empreiteiras durante vistorias em obras em regiões remotas, e Negromonte, que é deputado federal pela Bahia, disse que freta aviões por conta própria, para viajar em seu estado.

"Época" revela ainda que, à frente do Planejamento, Bernardo se empenhou para a construção do Contorno Norte de Maringá (PR), projeto tocado pela Sanches Tripoloni, cujo custo hoje já é o dobro do orçado inicialmente. Num primeiro momento, o ministro teria ajudado a liberar verbas para o projeto por meio de emendas parlamentares. Depois, ajudou a incluir a obra no Programa de Aceleração do Crescimento e livrou o empreendimento da dependência de emendas parlamentares, sujeiras a contingenciamentos orçamentários.

Isso ocorreu depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) ter identificado superfaturamento na obra. Em 2009, diz a revista, a Sanches Tripoloni já havia sido declarada inidônea pelo TCU, por causa de irregularidades numa obra em Foz do Iguaçu. Mesmo assim, somente em 2010 a empresa teria recebido R$ 267 milhões em repasses federais. A Sanches Tripoloni contribuiu com R$ 500 mil à campanha ao Senado de Gleisi, que não respondeu à "Época" se usou o avião da empreiteira.

FONTE o GLOBO

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