terça-feira, 2 de agosto de 2011

Planalto tenta apaziguar ânimos e chama o PR para conversar

"Ideli, tem de liberar isso (emendas) logo", ordena Dilma

Maria Lima, Luiza Damé e Demétrio Weber

BRASÍLIA. Passada a fase mais aguda da faxina no Ministério dos Transportes, a presidente Dilma Rousseff e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, entraram em campo ontem para apaziguar os mais raivosos, reduzir prováveis sequelas na base aliada e tentar conter rebeliões em votações importantes nessa volta do Congresso do recesso parlamentar. As duas comandaram reuniões, acenaram com liberação de emendas de parlamentares ao Orçamento e pediram união aos líderes e vice-líderes, especialmente ao comando do PR do ex-ministro Alfredo Nascimento.

Líderes do PR foram chamados ao Planalto para um encontro reservado com Ideli. E os dirigentes do PMDB, receosos de serem o próximo alvo por causa das denúncias de corrupção no Ministério da Agricultura, foram acalmados por emissários da presidente Dilma. Mas foi o PR - que viu o ex-ministro Alfredo Nascimento e mais 21 pessoas ligadas ao partido despejados do setor de Transportes - que cobrou tratamento igual para todos.

Justamente para evitar esse clima na base, provocado pela faxina nos Transportes, é que Ideli chamou o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), e o vice-líder do governo, Luciano Castro (PR-RR). Hoje, Alfredo Nascimento faz o aguardado discurso no Senado, onde reassume seu mandato.

- A reunião foi para fazer um alinhamento depois do que aconteceu. Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Há uma preocupação com o PR. O partido foi alvo de todo esse processo. Ela pediu que continuemos unidos. Somos base, continuamos base e vamos tocar a vida - disse Lincoln, salientando que as denúncias envolvendo o Ministério da Agricultura são graves. - A partir do momento em que há uma balança, que ela pese para todos. (...) Que a presidente tenha um só comportamento em relação a todos os ministros.

Na reunião de coordenação de governo, Dilma chamou a atenção de Ideli quando o líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), lembrou que era preciso cumprir o prometido e liberar emendas:

- Ideli, cadê esse negócio das emendas? Você foi lá na Câmara, prometeu, queimou o Marco Maia, que anunciou a votação da emenda 29, e nada? Tem de liberar isso logo!

FONTE: O GLOBO

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