domingo, 16 de outubro de 2011

Crise global leva milhares às ruas em 951 cidades

Protestos inflamam 951 cidades no mundo

Milhares de pessoas vão às ruas em 82 países para lutar contra os cortes orçamentários e a crise global

Num dia mundial de protestos por causa da crise econômica, milhares de pessoas foram às ruas ontem em 951 cidades de 82 países no que foi chamado de “o grito dos indignados”. Das Américas à Ásia e da África à Europa, eles se mobilizaram contra o desemprego, o sistema financeiro e os cortes orçamentários realizados por governos como o grego e o espanhol. Cidades como Roma, Berlim e Londres lideraram as manifestações na Europa, mas as passeatas se estenderam pelos cinco continentes. Para fazer do 15 de outubro uma data simbólica, os revoltosos se reuniram em frente a sedes financeiras com faixas, cartazes, máscaras e bandeiras.

A proposta era fazer protestos pacíficos. Mas, em Roma, pessoas não identificadas destruíram vitrines de bancos, colocaram fogo em três carros e em um anexo do Ministério da Defesa. As forças policiais reprimiram mascarados que avançavam contra os prédios. Os manifestantes revidaram lançando granadas de fumaça, coquetéis motolov e garrafas, enquanto outros milhares de manifestantes seguiram gritando pelas ruas da capital italiana, principalmente nas imediações do Coliseu.

Na Alemanha, 5 mil pessoas empunharam cartazes e faixas diante do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt. Outras 5 mil concentraram-se em Berlim, perto do Portão de Brandemburgo, contra a destruição do Estado Social Europeu. Em cada cidade, além de levantar as bandeiras contra a crise, a população lutou por melhorias locais.

Epicentro

Nas Filipinas, os moradores pediram o “fim da exploração pelas multinacionais”. Também houve protestos em países como Austrália, Bósnia, Romênia, Portugal, Estados Unidos e Holanda. Na Espanha, onde o desemprego entre jovens de 16 a 24 anos chega a 46,1%, ao menos cinco protestos saíram ao longo do dia de diferentes bairros e se reuniram na Porta do Sol, epicentro do movimento que inspirou todo o mundo. Em Londres, a estrela foi o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que publicou informações confidenciais de governos na internet e aguarda em liberdade a decisão do pedido de extradição pela Suécia.

A onda ocorreu no dia do encontro do G-20 em Paris, no qual ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais das 20 principais economias do mundo discutiram a crise. Os organizadores se basearam na filosofia do movimento Ocupe Wall Street, que vem causando transtornos nas imediações da rua considerada o centro do mercado financeiro do globo. A convocação da população foi feita em especial pelas redes sociais, como o Facebook e o Twitter.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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