quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Geração de vagas formais é a menor desde 2006

Foram abertos 209.078 postos em setembro, 15,3% a menos que em 2010. No ano, foi criado 1,8 milhão de ocupações

Geralda Doca

BRASÍLIA. O mercado formal de trabalho criou menos vagas em setembro, no terceiro mês consecutivo de desaceleração acentuada na abertura de empregos com carteira assinada, na comparação com 2010. Foram criados 209.078 postos com carteira assinada, no pior resultado para o período desde 2006, quando o saldo tinha sido de 176.735 contratações. No confronto com setembro de 2010, houve uma queda de 15,3% no ritmo de geração de postos. Frente a setembro de 2009, quando o país ainda vivia os reflexos da crise de 2008, houve um recuo de 17,2% nas admissões.

Entre janeiro e setembro deste ano, foi criado 1,805 milhão de empregos, contra 2,201 milhões em igual período do ano passado. A meta do governo é fechar 2011 com 2,7 milhões, incluindo o setor público da União, dos estados e municípios.

Apesar de a geração de vagas ter ficado abaixo da média para o mês dos últimos três anos, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, considerou o resultado "robusto". Ele disse que o mercado de trabalho no Brasil ainda está muito positivo e só perde para países como Índia e China. Lupi destacou que a desaceleração tem sido mais forte na indústria, que enfrenta concorrência com os produtos importados:

- Tivemos uma queda na geração de empregos na indústria de transformação por conta da concorrência com produtos importados. Por isso, a necessidade frequente de proteger a indústria nacional.

Segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco, a média trimestral de geração de empregos passou de 171 mil em abril para 106,6 mil em setembro, descontados os fatores sazonais.

"Não há dúvidas em relação à moderação que está ocorrendo no mercado de trabalho, ainda que os ganhos de renda nominal e real continuem elevados", diz o relatório.

O Bradesco avalia ainda que nos próximos meses a geração menor de empregos deve se refletir na taxa de desemprego. A taxa deverá subir de 5,8% em agosto para 6% em setembro (descontados fatores sazonais). Os números do desemprego serão divulgados pelo IBGE no próximo dia 27.

Serviços abrem mais vagas em setembro

Em setembro, as contratações foram puxadas por serviços (91.774), com destaque para as atividades de comércio e administração de imóveis, hotéis e restaurantes. A indústria ficou em segundo lugar, com 66.269 vagas abertas, influenciada pelos ramos de produção de alimentos e bebidas. Já o subsetor de borracha, fumo e couros fechou 2.701 vagas.

Em seguida, aparecem o comércio, com saldo de 42.373 vagas, e a construção civil, com 24.977 postos criados. Devido ao fim da safra do café em Minas Gerais, São Paulo e Bahia, a agropecuária eliminou 20.874 postos em setembro.

A oferta de vaga foi maior nas regiões metropolitanas, sobretudo as de São Paulo e Rio, que responderam por 85.441 contratações, ou por 40,9% dos empregos criados. Entre os estados, São Paulo foi o que mais empregou, com saldo de 36.396 contratações. O Rio aparece em quarto lugar, com 23.903.

FONTE: O O GLOBO

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