sábado, 1 de outubro de 2011

Governadores tucanos lançam agenda

Em carta, rejeitam aumento de despesas para estados e cobram repactuação

Adriana Vasconcelos, Cristiane Jungblut

BRASÍLIA. Em reunião ontem em Goiânia, sete dos oito governadores do PSDB decidiram que não podem mais ficar a reboque da agenda do governo federal e, por isso, divulgaram uma carta aberta na qual rejeitam o aumento de despesas para os estados, defendem a "refundação do Pacto Federativo" e cobram uma repactuação das dívidas.

Além disso, preocupados com a apatia da oposição diante do crescimento da popularidade do governo Dilma e temendo novas baixas para o recém-criado PSD, pelo menos três governadores - os de Roraima, Tocantins e Alagoas - defenderam a antecipação da escolha do presidenciável tucano de 2014. O assunto não consta da carta, mas os presentes concordaram que o limite para a definição do candidato deve ser o primeiro semestre de 2013, para evitar o erro de 2010, quando a escolha foi na última hora.

- Já há uma voz corrente que temos de colocar nosso candidato à Presidência na rua até o primeiro semestre de 2013 - afirmou o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Marcus Pestana.

Na carta, os tucanos anunciaram que querem discutir com Dilma a agenda definida ontem por eles. Uma das principais queixas é em relação às despesas crescentes com a Saúde.

- Vamos ter este ano uma inflação de 6% a 6,5%, e a tabela do SUS (Sistema Único de Saúde), que já não é corrigida, piora. A União está diminuindo ano a ano sua participação no financiamento do SUS - reclamou o governador Geraldo Alckmin.

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), apresentou estudo mostrando que, em 2000, a União respondia por 60% dos gastos do SUS, enquanto estados ficavam com 19%, e os municípios, com 22%. Em 2008, último dado oficial, o peso da União no bolo caiu para 46%, enquanto os gastos dos estados subiram para 25%, e os dos municípios, para 29%.

Eles lembraram ainda das ameaças na pauta do Congresso, como a PEC 300 - que fixa piso nacional para policiais militares - e a regulamentação da Emenda 29, que aumenta os gastos dos estados com a Saúde. Segundo o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), os governadores são contra a criação de novo imposto para a Saúde.

O encontro foi conduzido pelo governador de Goiás, Marconi Perillo, e, contou com a presença de mais seis governadores tucanos: Geraldo Alckmin (SP); Antonio Anastasia (MG); Siqueira Campos (TO); Teotônio Vilela (AL); Beto Richa (PR); e José de Anchieta (RR). Simão Jatene, do Pará, não pôde comparecer.

FONTE: O GLOBO

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