quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PSD mostra poder de fogo

Festa de apresentação confirma sigla como a terceira bancada da Câmara, com 55 deputados, e alinhamento ao PSB

Guilherme Amado

Quem passasse ontem pela festa de apresentação do recém-nascido PSD, no Senado, poderia pensar que se tratava de uma corriqueira sessão do plenário: um a um, os partidos da base aliada — e até alguns da oposição, como o PSDB e o PPS — estavam ali para prestigiar e afagar a nova sigla, dona da terceira maior bancada da Câmara de Deputados. O partido chega ao Congresso com 48 deputados — ou 55, se levados em conta os sete licenciados — e dois senadores. Mas, além da vantagem numérica, foram as alianças potenciais que ilustraram o poder de fogo do partido idealizado e presidido pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. No topo da lista, o PSB.

Tanto que o primeiro a discursar no evento foi o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), saudado por Kassab como o "grande incentivador" da nova legenda. Entre declarações de estima e apoio, o governador se apressou em declarar seu partido como um aliado preferencial do PSD nas eleições municipais do próximo ano. "PSB e PSD vão estar juntos em muitas lutas agora em 2012. Onde um não puder ter candidato, vamos fazer todo o esforço para estarmos juntos, para que cresçamos juntos", disse Campos. Principal padrinho político do PSD em Pernambuco, o governador articulou adesões à nova legenda e chegou a ensaiar a formação de um bloco partidário entre as duas.

Filiação

A lista de convidados de outros partidos a entoar louvores ao PSD foi longa. O mais entusiasmado, no entanto, foi o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que afirmou se identificar com o partido de Kassab e, em tom de brincadeira, disse ter sentido uma "coceirinha na mão" ao avistar a pilha de fichas para filiação ao novo partido. O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), também elogiou a nova legenda. "Hegemonias não ajudam a democracia. Precisamos de novos partidos", disse. O presidente do PT, Rui Falcão, também indicou que a legenda terá diálogo fácil com o Planalto. "O PSD vem não para se alinhar automaticamente, mas para apoiar as causas do governo em favor do povo brasileiro", disse.

Nascido como uma costela do DEM, foi justamente da sigla que o PSD mais tirou deputados: 19. Em seguida estão PSB, PPS e PP, que perderam quatro cada. Nem o PT, maior partido da Câmara com 84 parlamentares, escapou de perder um dos seus. O deputado catarinense Jorge Boeira, petista desde 2001, anunciou sua saída alegando interesses políticos e eleitorais. Boeira acusou o PT de impedi-lo de votar de acordo com suas convicções, em temas como a reforma política e a legalização do aborto.

"Fiz tudo que era possível para não ter que sair. Fiquei durante dez anos tentando construir uma forma de ser visto como uma pessoa de confiança do partido. Não consegui e estendi a toalha. O PT nunca me viu como um petista", criticou Boeira. Como pano de fundo para a troca, no entanto, está o interesse do deputado em se aproximar do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, também fundador do PSD.

A força da legenda

150 mil filiados
2 governadores
6 vice-governadores
2 senadores
55 deputados federais
102 deputados estaduais

Origem partidária dos deputados

DEM - 19
PP - 4
PPS - 4
PR - 4
PMDB - 3
PMN - 3
PSC - 3
PDT - 3
PSDB - 3
PTB - 2
PV - 2
PRB - 1
PHS - 1
PT - 1
PSL - 1

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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