quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Trabalhadores paralisam obras no Comperj

Sindicato das empresas vai pedir ilegalidade da greve

Ramona Ordoñez

Uma das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a maior da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) está parado desde ontem. Os trabalhadores dos quatro consórcios construtores decidiram em assembleia ontem pela manhã entrar em greve por tempo indeterminado. No dia anterior, os trabalhadores fizeram um movimento de protesto no canteiro de obras, e a Petrobras suspendeu as atividades pelo resto do dia por questões de segurança.

Segundo dados da Petrobras, trabalham no Comperj, em construção em Itaboraí, um total de 14 trabalhadores, dos quais cerca de 5 mil são dos quatro consórcios que pararam. Apesar da data-base da categoria ser em fevereiro, os operários estão reivindicando equiparação salarial com os trabalhadores que exercem as mesmas funções em outras empresas da região.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção em São Gonçalo, Itaboraí e Região, Manoel Vaz, disse que, na assembleia, os trabalhadores das outras empresas que prestam serviços à Petrobras também aderiram à greve. Vaz estima que são cerca de 8.500 os trabalhadores envolvidos direta e indiretamente nas obras e montagem de equipamentos. Nova assembleia será realizada amanhã.

- Vamos encaminhar uma nova pauta de reivindicações para as empresas e realizar nova assembleia amanhã - explicou Vaz.

Efeitos no cronograma das obras ainda indefinidos

Almir Ferreira Gomes, advogado do Sindicato das Empresas de Engenharia de Montagem e Manutenção Industrial do Estado do Rio de janeiro (Sindemon), que representa as empresas, disse que as negociações estão encerradas e que o sindicato vai recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio para julgar a abusividade da greve.

- A data-base da categoria é em fevereiro, não tem sentido conceder reajuste agora. Além disso eles não estão cumprindo o previsto na lei de greve - disse Almir Gomes.

A Petrobras informou apenas que ainda não é possível avaliar os efeitos do movimento dos trabalhadores no cronograma das obras. A primeira refinaria do Comperj, que vai processar 165 mil barris diários de petróleo, está prevista para entrar em operação no fim de 2013.

A Petrobras ainda poderá enfrentar uma greve dos seus funcionários a partir do dia 16. Ontem a companhia marcou, para amanhã, nova reunião com os líderes sindicais. Os petroleiros, com data-base em setembro, reivindicam aumento real de 10% e melhoria ns condições de segurança do trabalho.

FONTE: O GLOBO

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