quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Governo agrada a senadores e consegue aprovar a DRU

Governo joga pesado e consegue prorrogar DRU

Com aprovação, Dilma poderá mexer livremente em R$62 bilhões do Orçamento; oposição critica "cheque em branco"

Maria Lima, Chico de Gois

BRASÍLIA. Ao fim de um dia inteiro de atendimento a senadores, o que resultará na liberação de mais R$1 bilhão em emendas de parlamentares, e de uma reunião reservada com o presidente José Sarney (PMDB-AP) para discutir nomeações e pleitos do PMDB , as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) garantiram mais uma vitória para a presidente Dilma. Elas comandaram ontem as negociações que levaram à aprovação-relâmpago, no plenário do Senado, do segundo turno da proposta que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até dezembro de 2015.

Era questão de honra para Dilma aprovar esse mecanismo, que libera 20% das receitas do governo das destinações obrigatórias previstas na Constituição. Isso significa que, em 2012, o governo poderá mexer livremente num montante de R$62 bilhões - o que foi classificado pela oposição como um "cheque em branco" dado à presidente.

À tarde, as ministras e os líderes governistas chegaram a temer pelo baixo quórum, mas se mobilizaram à cata de senadores. Em meia hora de votação, a proposta de emenda à Constituição foi aprovada por 55 votos a favor, 13 contra e uma abstenção. A abstenção foi do senador Alfredo Nascimento (PR-AM), insatisfeito desde a demissão do Ministério dos Transportes. A proposta será promulgada hoje pelo Congresso.

Desde o início da tarde, Ideli, que se instalou no gabinete da liderança do governo no Senado, atendeu a uma romaria de senadores em busca de liberação de emendas e outros pleitos. O entra e sai dos líderes do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), evidenciava a intensa negociação. Havia ainda uma disputa ferrenha pela indicação do diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) que substituirá Haroldo Lima.

Sarney, que tenta emplacar no cargo o conterrâneo Allan Kardec Duailibe, que já é um dos diretores da ANP, foi comunicado pelas ministras que Dilma escolhera para o lugar o outro diretor da agência, Helder Queiroz Pinto Junior, indicado pela diretora de Gás e Petroleo da Petrobras, Maria das Graças Forster.

- O senador Sarney perdeu. Elas prometeram uma compensação. Mas não disseram o que é - disse um dos líderes da base governista.

FONTE: O GLOBO

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