terça-feira, 6 de dezembro de 2011

PIB: analistas esperam estagnação ou até queda no terceiro trimestre

Para especialistas, atividade industrial e consumo devem crescer menos

Fabiana Ribeiro

RIO e BRASÍLIA. A economia brasileira perdeu o fôlego. É o que os analistas esperam que o IBGE confirme hoje ao divulgar o desempenho do país no terceiro trimestre do ano. Para especialistas, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de produtos e serviços produzidos no país) deve ficar estável ou mesmo no vermelho. Devem desacelerar a atividade industrial e ainda o consumo e o investimento.

- O PIB deve vir bem fraco. Espero alta de 0,3%, mas há até chance de queda. Frente a 2010 deve ficar nos 2,6%. Essa desaceleração me parece mais ligada à crise internacional do que pelos efeitos da política econômica doméstica - disse Sergio Vale, economista da MB Associados, para quem 2012 pode crescer de 3,5% a 4%, se houver melhora na zona do euro.

CNI: indústria continua perdendo fôlego

Segundo Eduardo Velho, economista da Prosper Corretora, o consumo das famílias deve crescer menos. Já a indústria pode até vir com números negativos. Frente a igual trimestre de 2010, a expectativa também é de desaceleração. No caso da indústria, a alta de 1,7% no segundo trimestre pode recuar para uma variação de 0,9% no terceiro:

- Após a expectativa de queda de 0,13% do PIB, estimo aumento de, pelo menos, 0,5% no quarto trimestre.

Para José Francisco de Lima, economista do Banco Fator, recuperação é um cenário só vislumbrado a partir do segundo trimestre de 2012.

- A crise chegou aqui pela via das incertezas. E isso traz uma desaceleração na demanda por investimento e redução do ritmo de contratações.

Os indicadores da produção industrial continuam perdendo fôlego. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em outubro frente a setembro, as horas trabalhadas recuaram 0,5% e a utilização da capacidade instalada caiu 0,3 ponto percentual, para 81,4 (o índice varia de 0 a 100). Pagam a fatura os trabalhadores: o rendimento do pessoal empregado apresentou a maior queda para meses de outubro desde 2006, de 1,4%.

Frente ao mesmo mês de 2010, o freio na produção é ainda mais acentuado, de 1,1% no caso das horas trabalhadas e de um ponto percentual no caso da capacidade das fábricas - a sétima retração seguida. Ainda assim, o faturamento subiu 1,4% em outubro, contra o mês anterior. O aumento das vendas é de 6,1% sobre outubro de 2010 e está acumulado em 5,4% na comparação com os dez primeiros meses de 2010.

FONTE: O GLOBO

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