terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Presidente frustra partidos

Depois de perder sete ministros, Dilma Rousseff sinaliza que troca de nomes na Esplanada será muito menor do que o número de interessados

Após o recado dado pela presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira, avisando que está mais preocupada com a eficiência da máquina pública do que com uma radical mudança de nomes na Esplanada dos Ministérios, os partidos conformam-se com uma reforma ministerial minimalista. "Só vão sair dois ou três que forem candidatos a prefeito", declarou o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE). Uma das saídas confirmadas é a do ministro da Educação, Fernando Haddad. Cresce no PT a aposta de que ele será sucedido pelo atual ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Se isso acontecer, o professor universitário e deputado federal Newton Lima (PT-SP) poderá assumir a cadeira de Mercadante.

Haddad ainda espera emplacar o atual secretário executivo, Henrique Paim, para sucedê-lo. Mas Mercadante está em alta com a presidente, e seria uma saída para manter um destaque político em um ministério considerado estratégico para o governo e para o PT. Nesse cenário, petistas influentes apostam que Mercadante apoiaria Paim continuar na atual função "para tocar a máquina administrativa".

No Planalto, o silêncio ainda impera. Oficialmente, a presidente Dilma está preocupada com a aprovação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) hoje, para ter mecanismos que permitam manejar livremente 20% dos recursos do Orçamento. Só deve debruçar-se sobre mudanças no ministério após as miniférias que vai tirar a partir do dia 26. Ela demonstra que não tem pressa.

Pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad queria sair mais cedo do cargo para dedicar-se à campanha. Dilma não deixou, disse que ainda precisava dele como ministro mais um tempo. Resultado: nem o próprio Haddad tem certeza se sairá antes de março, prazo considerado limite pelo PT para viabilizar o nome do ministro na capital paulistana. Ele entra de férias na próxima quinta-feira, dia 22 e retorna à Brasília em 9 de janeiro. "A partir daí, Haddad está à disposição da presidente. Ele não tem como dizer não para ela", reconheceu um aliado do ministro.

Outra saída confirmada é a da ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes, que será candidata à Prefeitura de Vitória. Nem a situação de Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) está definida. Ele pode ser candidato à prefeitura de Recife, caso as negociações entre o PSB e o PT no estado naufraguem. A tendência, nas palavras de uma liderança socialista, permanece sendo uma aliança na capital pernambucana, com a cabeça de chapa na mão de um petista. Se isso ocorrer, Fernando Bezerra deve permanecer como ministro.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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