segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um olhar na pesquisa CNI/Ibope: Gilvan Cavalcanti

Os leitores de jornais, espectadores de televisões e os internautas receberam na sexta-feira e sábado passados a noticia da pesquisa CNI/Ibope. O que diziam essas matérias? Os três principais jornais de Rio e S. Paulo estamparam as manchetes quase no mesmo tom. Vejamos: “Dilma bate popularidade de Lula e FH no 1º ano”. Foi a chamada do jornal O Globo. “Dilma é mais bem avaliada que Lula e FHC”, afirma a Folha de S. Paulo. O Estado de S. Paulo seguiu a mesma direção: “Dilma supera Lula e FHC na avaliação do primeiro ano”. Essa foi a orientação dos meios de comunicações em todo o território do país.

Nada foi dito de que no ano foram feitas quatro pesquisas: março, julho, setembro e, agora, dezembro. Não se preocuparam em fazer uma análise da evolução dos dados apresentados. Por exemplo: na avaliação do governo, a primeira pesquisa de março mostrava que Dilma tinha 56% de ótimo/bom e manteve o mesmo índice na última pesquisa. Em outras palavras,ficou no mesmo lugar. No item ruim/péssimo a variação no período subiu de 5% para 9%.

Uma outra avaliação também houve mudanças. A pesquisa indica que na questão da expectativas, na último levantamento, mostra uma queda em relação a primeira pesquisa do ano. O ótimo/bom era 68% em março e agora baixou para 59%. O ruim/péssimo era 5%, passou para 10%, uma subida de cinco pontos.

No quesito avaliação da maneira de governar também houve alterações: a aprovação em março era 73% caiu para 72% em dezembro e a desaprovação passou de 14% para 21%, no mesmo período.

A confiança na presidente também houve queda. Em março 74% confiavam no governo. Em dezembro baixou para 68%. Já os que não confiavam subiu de 16% para 26%, ou seja, 10 pontos de diferença.

Há outros pontos que não destacados nos noticiários da mídia: as avaliações por áreas como Educação, Saúde, Segurança, Impostos, Combate à inflação, Taxas de juros, etc. Exemplo: na educação a aprovação era de 52% em março, baixou para 44% em dezembro. A desaprovação que era 43% em março subiu para 51%.

Na área da saúde 41% aprovavam, contra 30%, hoje. Já a desaprovação que já era alta em março, com o índice de 53% passou este mês para 67%.

Na segurança pública a aprovação era de 44% baixou para 35%. A reprovação passou de 49% para 60%. A avaliação da política de imposto 36% aprovavam em março e baixou para 26% este mês. A desaprovação era 53% , agora alcançou 66%.

Na pesquisa também foi avaliada a questão do combate à inflação. Em março sua aprovação era 48% e agora é de 39%. Já os que desaprovavam eram 42% e passou para 52%, na última pesquisa. Na avaliação da política de juros 43% aprovaram em março e agora só 33% a aprovam. Já a reprovação subiu de 43% para 56%. Em outras palavras, a maioria da população pesquisada não aprova as políticas da presidente Dilma. É uma constatação que me parece foi omitida na divulgação da pesquisa.

Mesmo nas áreas que há um apoio ao governo, houve queda. Exemplo: no combate à fome e pobreza a aprovação era 61% e baixou para 56%. A desaprovação subiu de 33% para 39%. O Combate ao desemprego que tinha apoio de 58% caiu para 50%. A desaprovação saiu de 35% para 45%. No quesito meio ambiente houve aumento da desaprovação. Antes 36% desaprovavam, hoje já chega 44%. Sua aprovação que era de 54% teve uma baixa para 48%.

Em resumo há outra leitura que vê o governo Dilma parado ou em queda. É isso que a pesquisa CNI/Ibope demonstra, apesar de toda a campanha para demonstra o contrário. Há uma movimentação na população, lenta, é verdade, mas movimento. Falta as oposições avaliarem bem o momento e traçar uma convergência de objetivos para o bom combate democrático

Gilvan Cavalcanti de Melo, membro da direção nacional do PPS

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