quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Eduardo diz que Dilma autorizou os repasses

Governador nega favorecimento ao Estado e sai em defesa de Bezerra Coelho. Ele afirma que repasses foram autorizados pela presidente em razão das enchentes na Mata Sul

Bruna Serra

Com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), no olho do furacão já no início de 2012, o governador Eduardo Campos (PSB) teve que sair ontem em defesa de seu afilhado político, alvo de reportagem do jornal Estado de S. Paulo – primeiro a informar que 90% das verbas do ministério destinadas à prevenção dos desastres naturais foram indicadas para Pernambuco, onde ficam as bases políticas de Bezerra Coelho.

Em entrevista à Rádio Jornal, o governador afirmou que o ministro estava apenas cumprindo ordens da presidente Dilma Rousseff. Eduardo argumentou que a maior parte dos recursos em questão vieram para o Estado em virtude das enchentes que atingiram a Mata Sul, por dois anos seguidos, em 2010 e 2011. “Todos acompanharam o que aconteceu aqui em 2010, na Mata Sul. Você está falando aí da liberação de R$ 25 milhões. Estamos colocando ali R$ 2,5 bilhões para a reconstrução de casas, estradas, hospitais, escolas, postos de saúde, muita coisa vai ficando para ser feita na rotina”, elencou.

Duas barragens são citadas na reportagem como destino das verbas, a de Cupira e a de Gatos. O governador confirmou o repasse e destacou que os projetos estão sendo colocados em andamento. “Os projetos são barragens, replantar mata ciliar, árvores ao longo do rio, fazer dragagens, esses projetos foram feitos. Quando a gente estava com esses projetos sendo concluídos, veio, um ano depois, uma nova enchente”, explicou o governador, antes de detalhar como se deu a parceria com o governo federal.

“A presidenta ligou para mim: ‘Eduardo, o que é que está havendo? É naquele mesmo lugar (as enchentes) de novo?’ Eu disse: ‘Presidenta, é, mas não é tão forte como da outra vez!’ Ela então me perguntou: ‘E o que é que evita isso?’ Aí respondi: ‘O que evita isso são cinco barragens e a dragagem do rio em áreas urbanas por causa do rio assoreado e plantar árvores’. Ela me perguntou se eu tinha os projetos. Coincidentemente estavam prontos os projetos das barragens. Ela disse que não poderia arcar com esse valor todo. Então, terminei propondo que para cada R$ 1 da União, nós colocaríamos R$ 1 também”, relatou.

TCU

O governador evitou responder perguntas sobre a auditoria que sua mãe, a ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes, fará nas obras da Transposição do Rio São Francisco. “Nunca comentei nenhuma decisão do TCU. Se fica impedido ou não, vocês tem que perguntar à ministra Ana”, afirmou. Até ser eleita para o atual cargo, a ministra era a líder do PSB na Câmara, partido presidido pelo filho e que tem em seus quadros o ministro Bezerra Coelho, titular da pasta responsável pela obra.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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