quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Líderes dos PMs grevistas da Bahia se rendem

Manifestantes deixaram Assembleia Legislativa após ter 2º habeas corpus negado

Chico Otavio

SALVADOR - Manifestantes deixaram na manhã desta quinta-feira o prédio da Assembleia Legislativa da Bahia, ocupado há mais de uma semana. O primeiro grupo deixou o local às 6h25m. Segundo o porta-voz da operação, tenente-coronel do Exército Márcio Cunha, dois dos dez líderes da greve com mandado de prisão foram presos logo no início da manhã.

O líder do movimento, ex-soldado Marco Prisco, e Antônio Paulo Angelini deixaram a Assembleia pelos fundos e foram levados para uma instalação da polícia do Exército, onde ficarão à disposição da Justiça. Cunha explicou que a exigência de não deixar o local pela saída principal foi atendida por uma equipe de negociadores da Secretaria de Segurança da Bahia, e não pelo general Gonçalves Dias, comandante da operação.

Ao todo, 245 pessoas deixaram o prédio e passaram por uma revista. Em seguida, a Polícia Federal fez uma varredura no edifício. A desocupação, no entanto, não significa o fim da greve, que nesta quinta-feira entra no seu décimo dia.

O criminalista Rogério Andrade, que se apresentou como advogado de Marco Prisco e de outros líderes dos PMs grevistas que estão com o mandado de prisão decretado, anunciou por volta de 0h30m desta quinta-feira que o grupo resolveu se render tão logo tomou conhecimento da decisão do desembargador baiano José Alfredo Cerqueira da Silva de negar um segundo habeas corpus ao grupo. Segundo ele, diante da situação era nítido que o governo não recuaria e que o aumento de tropas na Assembleia Legislativa da Bahia sitiada indicava um risco iminente de invasão.

- Permanecer ali era só esperar o momento da invasão - disse o advogado.

Rogério Andrade criticou a forma como o governador da Bahia, Jacques Wagner, tratou da questão. O advogado disse que a greve poderia ter sido resolvida internamente sem a presença das tropas federais e afirmou que a divulgação de escutas telefônicas feitas pela polícia baiana, revelando que Prisco teria incitado a realização de atos de sabotagem, não influenciou na decisão do líder do movimento de se render.

Na noite de quarta-feira, o cabo bombeiro Benevenuto Daciolo foi preso quando chegava no aeroporto do Galeão, no Rio. O bombeiro estava em Salvador participando das negociações da greve de policiais militares da Bahia. A prisão preventiva de Daciolo foi pedida pelo coronel Sérgio Simões, secretário de Defesa Civil do Rio, após conversas do militar, gravadas pela polícia baiana com autorização judicial, terem mostrados acertos para a paralisação se estender a outros estados, como Rio e São Paulo.

FONTE o GLOBO

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