sábado, 31 de março de 2012

Acordo pode pôr fim à greve nas usinas do PAC na segunda-feira

Propostas, no entanto, ainda precisam ser aprovadas em assembléias

Geralda Doca

BRASÍLIA. A greve nas obras das três grandes usinas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Amazônia pode acabar no começo da próxima semana. Ontem, em audiência de conciliação mediada pela justiça trabalhista de Porto Velho (RO), representantes dos sindicatos de trabalhadores e das construtoras (Camargo Corrêa, Enesa e Odebrecht) fecharam um acordo coletivo para o retorno às atividades nas hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau, no Rio Madeira. Falta agora a aprovação da proposta pelas assembleias dos trabalhadores, marcadas para a manhã de segunda-feira.

Em Belo Monte (no Rio Xingu, no Pará), o consórcio responsável pelo empreendimento se comprometeu a avaliar as reivindicação dos trabalhadores, desde que eles retornem às obras.

Pelo acordo firmado entre as partes no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da 14 região, as construtoras de Jirau e Santo Antônio vão reajustar os salários em 7% para quem ganha até R$ 1.500 e acima disso, em 5%, já no contracheque de abril. As cestas básicas subirão de R$ 170 para R$ 220 para quem recebe salário até R$ 1.500.

Haverá uma negociação para resolver o pagamento dos dias parados já descontados dos salários dos trabalhadores. Eles podem ser totalmente abonados em folha suplementar ou compensados em parte.

- A comissão dos trabalhadores avalia que a proposta pode ser aprovada pelas assembleias - disse Claudio da Silva Gomes, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Construção Civil e da Madeira (Conticom).

Negociações em Belo Monte somente com fim da greve

Em Santo Antônio, a greve completou ontem 23 dias, e em Jirau, 11. Cruzaram os braços nas duas obras 40 mil trabalhadores.

Em meio a indícios de atraso nas obras e com trabalhadores parados, o consórcio responsável pela usina de Santo Antônio informou que duas das 12 turbinas entraram em funcionamento ontem. A assessoria disse que não há qualquer relação com a paralisação e que foi "apenas coincidência", já que as duas turbinas estavam em teste desde dezembro. O PAC previa inauguração em 30 de abril.

O consórcio de Belo Monte informou que o sindicato dos trabalhadores e a empresa começaram a negociar a pauta de reivindicação da categoria e, por isso, os operários de um dos canteiros voltaram às atividades ontem cedo. Já os cerca de 1.200 trabalhadores do canteiro Pimentel decidem o fim da greve na segunda. A paralisação completou ontem três dias.

Os operários de Belo Monte querem reajuste salarial e da cesta básica, redução do intervalo para visita aos familiares em outros estados de seis meses para três meses, e equiparação salarial. Os consórcios responsáveis pelas três obras somente darão prosseguimento às negociações se a greve acabar.

FONTE: O GLOBO

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