sábado, 24 de março de 2012

DEM exige acordo com PSDB em Salvador para apoiar Serra em SP

Democratas querem solução até a Páscoa, e tucano pede prazo maior

Silvia Amorim

SÃO PAULO. O ex-governador José Serra pediu esta semana mais tempo ao DEM para resolver o impasse com o PSDB nas negociações para as eleições municipais em Salvador. A proposta foi recusada pelo aliado histórico, que, em reunião na última segunda-feira, na capital paulista, reiterou que espera uma resposta dos tucanos sobre o apoio ao DEM na Bahia até a Páscoa. Sem ela, não haverá apoio a Serra em São Paulo. O ex-governador queria esticar o prazo para maio. O ultimato dado a Serra pelo DEM foi noticiado ontem na coluna "Panorama Político", do GLOBO.

O encontro foi entre Serra e o líder do DEM na Câmara e pré-candidato em Salvador, deputado ACM Neto. Segundo interlocutores, o clima entre os dois partidos piorou desde então. Numa reunião há duas semanas, na sede do governo paulista, entre Serra, o governador Geraldo Alckmin e a cúpula do DEM - o senador José Agripino Maia (RN), o ex-senador Marco Maciel (PE), ACM Neto e o presidente municipal do DEM, Alexandre de Moraes -, os dirigentes pediram empenho de Serra para resolver a situação em Salvador. Disseram que o DEM esperaria uma definição até o início de abril. A Alckmin coube ajudar na aliança entre as duas legendas em Recife.

Em Salvador, o PSDB tem pré-candidato, o deputado Antonio Imbassahy, muito próximo do deputado tucano Jutahy Magalhães, amigo de Serra. O ex-governador procurou Jutahy na semana passada, mas, desde então, os entendimentos pouco avançaram entre as lideranças locais. Para piorar, na véspera de ACM Neto e Serra se encontrarem, Imbassahy deu entrevista na Bahia reafirmando a intenção de se lançar candidato.

DEM também quer impedir PSD de indicar vice de Serra

Além do apoio em Salvador, o DEM quer, para fechar uma aliança em São Paulo, que o vice de Serra não seja do PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ex-DEM. Uma das pretensões do DEM é indicar o companheiro da chapa de Serra. Mas isso dependerá de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a repartição do tempo dos partidos no horário eleitoral gratuito nesta eleição.

Com a criação do PSD, o TSE decidirá se o partido de Kassab terá direito a tempo de TV na campanha. Em caso positivo, os demais partidos terão sua fatia reduzida no horário eleitoral gratuito. Mas, se o TSE excluir o PSD dessa divisão, o DEM continuará com cerca de um minuto e 40 segundos. Nesse caso, o DEM vai impor, como condição para a aliança, o direito de indicar o vice na chapa de Serra. A situação mudará se o PSD obtiver tempo de TV, cenário em que o DEM perde poder de barganha.

Em São Paulo, como alternativa a Serra, o DEM pode apoiar o pré-candidato do PMDB, Gabriel Chalita. O vice-presidente Michel Temer, principal fiador de Chalita, já garantiu ao DEM o lugar de vice. Serra, por sua vez, já tem o apoio do PSD e espera fechar aliança com PP, além de negociar com PSB, PV, PDT e PR.

FONTE: O GLOBO

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