sábado, 3 de março de 2012

Prefeito e vice esticam a corda da disputa em BH

Marcio Lacerda diz que não tem dúvidas de que a aliança com PT e PSDB será reeditada em outubro. Roberto Carvalho avalia que base do partido deve decidir pela candidatura própria

Alice Maciel e Bertha Maakaroun

Dois atos políticos na tarde de ontem em Belo Horizonte deram o tom de como deverá ser intrincada a disputa pela prefeitura da capital. Enquanto o prefeito Marcio Lacerda (PSB), em visita à sede do PR, no Santo Agostinho, dava como certa a reedição da chapa majoritária formada por PSB com um petista de vice e o apoio formal do PSDB, a alguns quarteirões dali, na sede do PT, o vice-prefeito Roberto Carvalho anunciava a adesão de 3.447 filiados à tese da candidatura própria, que corresponderiam, segundo ele, a mais de 80% dos eleitores da última disputa interna do partido.

Para Lacerda, o acordo para a aliança entre PSB, PT e PSDB já estava selado desde o ano passado, com o aval das direções nacionais, independentemente de o PT aceitar ou não os tucanos. "Nesse momento, o acordo contempla a vice para o PT e uma participação formal do PSDB na chapa", disse o prefeito, descartando, pelo menos por enquanto, qualquer possibilidade de os tucanos apontarem um candidato para a cadeira atualmente ocupada por Roberto Carvalho. As outras reivindicações apresentadas pelo PSDB, como a participação na campanha e no programa de governo, foram classificadas pelos socialistas, segundo o prefeito, como "muito válidas".

Lacerda disse ainda que não está no seu projeto político se lançar candidato ao governo de Minas nas eleições de 2014. "Ninguém é candidato de si mesmo. De qualquer forma, o meu projeto é ficar mais quatro anos na prefeitura e avançar bastante nos projetos que nós já iniciamos", acrescentou. Nos bastidores, há especulações de que o PSDB estaria "desesperado" para ficar com vice-prefeitura, porque Lacerda poderia renunciar e candidatar-se ao governo do estado..

Mais apoio Quem também está querendo um lugarzinho na campanha de Lacerda é o PR. Ontem, depois de reunião com o prefeito, o presidente municipal do partido, Léo Portela, oficializou o apoio dos republicanos à reeleição do socialista. Em troca eles querem, além de estar na coordenação da campanha, participar da construção do programa de governo, assim como o PSDB, e também ter um cargo no primeiro escalão no próximo mandato. Eles voltam para o governo ainda este mês, com uma vaga em uma administração regional.

O PR rompeu com o prefeito em dezembro do ano passado em razão de "divergências" sobre a administração. Uma crise interna se arrastava há alguns meses e chegou ao governo, quando a direção municipal colocou os cargos de indicação partidária à disposição. O estopim foi a saída do senador Clésio Andrade da legenda, o que levou o partido a pedir de volta os cargos indicados por ele, incluindo o do sobrinho Harley Andrade, secretário administrativo da Regional Centro-Sul.

Depois de ter feito as pazes, o presidente municipal do partido disse que o PR adotou uma postura de independência no ano passado para conversar de forma isenta com todos os grupos. "Hoje chegamos a um consenso de que o melhor para Belo Horizonte é caminhar da mesma forma que em 2008".

FONTE: ESTADO DE MINAS

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