terça-feira, 27 de março de 2012

Recife: Henry entra na briga para ser candidato

Antes tido como o mais indeciso entre os pré-candidatos do blodo de oposição, peemedebista intensifica movimentações, dialoga com aliados e demonstra que vai à luta

Débora Duque

Nos bastidores, é sua aparente “indecisão” que tem sido colocada como um dos principais entraves para definição do rumo a ser tomado pelos oposicionistas – em especial, o bloco PMDB,DEM e PPS – na disputa pela Prefeitura do Recife. Mas, ao contrário do que se comenta, o deputado federal Raul Henry (PMDB) tem demonstrado a correligionários cada vez mais obstinação em concorrer, pela segunda vez, ao cargo de prefeito da capital. Desde que voltou do exterior, na semana passada, o peemedebista intensificou as articulações buscando viabilizar sua candidatura.

Em Brasília, conversou com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), seu padrinho político, e com o deputado federal Mendonça Filho (DEM), que também alimenta pretensões de sair candidato. De quebra, agendou para hoje uma reunião conjunta com o democrata e o outro prefeiturável do grupo, Raul Jungmann (PPS), cujo partido ameaça lançar uma candidatura própria, na sexta-feira (31), caso não haja um acordo imediato sobre a estratégia a ser adotada pelo bloco.

O próprio Henry, no entanto, já pediu tempo para dialogar. O acordo entre ele e Mendonça é de que a definição só deve ser anunciada na metade de abril. Publicamente, o peemedebista já disse que as conversas ainda não se esgotaram e, nos bastidores, se movimenta para conquistar “pontos” positivos à sua candidatura. Ele teria confessado a aliados que ficaria “frustrado” se não concorresse neste pleito que, na ótica oposicionista, apresenta um cenário favorável para o grupo devido aos desentendimentos na base do governo.

Além das conversas políticas, a informação é de que Henry dedicou parte do fim de semana a encontros com empresários em busca de suporte financeiro à sua campanha. Nesse sentido, o apoio já prometido pela Executiva nacional do PMDB, apesar de bem-vindo, não seria mais condição essencial para balizar seu voo.

Na ausência de uma liderança na oposição capaz de conduzir o processo, o desafio seria convencer Mendonça a desistir da postulação. E, para tanto, faz-se necessário mostrar que Henry reuniria maiores condições de vitória do que o democrata e, assim, induzi-lo ao recuo. Há quem diga, inclusive, que Mendonça não estaria disposto a enfrentar novamente uma campanha majoritária sozinho. Uma das vantagens do PMDB é ser o partido das oposições que dispõe do maior tempo de televisão. Henry prefere manter o tom diplomático ao tratar do assunto. “Estamos num momento de muita conversa. É preciso paciência para costurar uma candidatura única”, ponderou.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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