quinta-feira, 26 de abril de 2012

CPI estreia com PT no controle


Líder petista na Câmara, que sequer integra comissão, deu as cartas no primeiro dia e evitou convocação de procurador-geral

BRASÍLIA - No dia de estreia da CPI do Cachoeira, o PT deixou claro que vai ditar os rumos da CPI. Já na primeira sessão, rejeitou até pedido de aliados. À frente do bloqueio, o líder petista na Câmara, Jilmar Tatto (SP). Ele barrou o pedido do senador Fernando Collor (PTB-AL) para levar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, à comissão.

A tropa de elite do PMDB, principal aliado do Planalto, nem entrou em campo. Collor queria que Gurgel fosse à CPI para explicar como se deram as investigações das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. Nelas, ficaram explícitas relações suspeitas entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e autoridades e empresários – o que motivou a abertura da CPI no Congresso.

Tatto, que sequer integra a comissão, trabalhou para derrubar a convocação por acreditar que, antes de qualquer convocação, a CPI tem de ter acesso aos inquéritos, que estão no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República (PGR). Petistas discordam de Tatto. Querem saber por que Gurgel deixou as investigações paradas na PGR de 2009 até agora.

– A CPI precisa dar um prazo para o relator fazer um plano de trabalho – disse Tatto.

No primeiro dia, oposição apresentou requerimentos

O relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), está sendo orientado por Tatto e por Paulo Teixeira (PT-SP) na largada da comissão. A oposição apresentou dezenas de requerimentos. Os pedidos vão desde a convocação do subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Olavo Noleto, até uma acareação entre o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot e Cachoeira. Pedidos para oitivas com os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

Apenas o pedido da íntegra dos inquéritos, bancado por Tatto, foi adiante ontem. De posse dos documentos, os deputados e os senadores da base vão fazer os requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos.

FONTE: ZERO HORA (RS)

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