segunda-feira, 2 de abril de 2012

Recife: Rands quer relançar a 'marca petista'

PT X PT

Um dos pré-candidatos petistas à PCR, Maurício Rands prestigia evento do PSD e ensaia críticas à gestão João da Costa, afirmando querer “relançar o modo petista de gestão”

Débora Duque

Se o argumento para tentar impedir que o prefeito João da Costa (PT) dispute a reeleição era apenas de ordem política, o mais novo pré-candidato do PT à Prefeitura do Recife sinalizou que também pretende investir nas críticas – ainda que suaves – à administração do correligionário. O secretário estadual de Governo, Maurício Rands (PT), afirmou que, caso passe pelas prévias internas e venha a ser eleito, em outubro, irá “relançar” a marca petista de governar. “Vamos relançar o modo petista de gestão. Muitas coisas foram preservadas pela atual administração, mas outras precisam ser aperfeiçoadas”, provocou.

A afirmação de Rands pode ser encarada como uma resposta aos questionamentos já feitos por João da Costa. Em ocasiões anteriores, o prefeito, sem aceitar o racha no partido, incitou os aliados a “provarem” que não havia seguido à risca o projeto de governo do PT. De acordo com Rands, a mudança na candidatura do partido faz-se necessária para a “preservação” da unidade da Frente Popular.

As declarações do petista foram dadas no sábado, após o encontro regional do PSD, que teve a presença do presidente nacional do recém-criado partido, Gilberto Kassab. Caso sua candidatura seja consolidada, Rands espera atrair a legenda – que, até então, se mantém distante da gestão de João da Costa – à sua base de apoio. O presidente estadual do PSD, André de Paula disse, no entanto, que irá esperar a definição interna do PT para se posicionar.

Esta não foi a primeira vez que Maurício Rands fez críticas à gestão petista no Recife. Apesar de ter sido secretário de Assuntos Jurídicos da PCR na primeira gestão de João Paulo, durante a campanha para a prefeitura em 2008 – quando o ex-prefeito apoiou seu hoje desafeto João da Costa –, Rands também deu suas alfinetadas. Na época, chegou a afirmar que o modelo gerencial do Recife estava ultrapassado.

Exaltação

Durante o evento do PSD, mais do que fazer deferências à própria sigla, as lideranças pessedistas fizeram questão de exaltar o nome do governador Eduardo Campos (PSB), presente na ocasião, e o seu “projeto nacional”. A começar por Kassab, prefeito de São Paulo, que afirmou que o caminho do PSD é da “parceria com o PSB, levando o País a um dia ser presidido pelo governador”. O dirigente ainda acrescentou que as duas legendas são “irmãs” que contam com o mesmo “líder”: Eduardo Campos.

O presidente estadual do partido, André de Paula também não poupou o socialista de elogios, alçando-o à condição de “líder maior” da aliança. “Nosso projeto nacional tem nome e ele se chama Eduardo Campos”, reforçou. De acordo com ele, a união firmada entre PSB e PSD tem “peso político” porque dispõe de “complementaridade geográfica”. “Onde o PSB tem fragilidade, o PSD completa”, disse.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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