sábado, 5 de maio de 2012

Presidente do PT ataca a mídia

O presidente do PT, Rui Falcão, sinalizou que, após enfrentar os bancos, o governo se prepara para o marco regulatório da comunicação. "Esse poder nós temos de enfrentar."

Falcão diz que governo vai "peitar" mídia

Para o presidente do PT, próximo passo de Dilma, após enfrentar bancos, deve ser consulta pública sobre marco regulatório da comunicação

Guilherme Waltenberg , Daiene Cardoso

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou ontem que o governo da presidente Dilma Rousseff, após endurecer o discurso contra os altos juros cobrados pelos bancos e reduzir o rendimento da poupança, poderá colocar em discussão outro tema polêmico: o marco regulatório da comunicação.

"Este é um governo que tem compromisso com o povo e que tem coragem para peitar um dos maiores conglomerados, dos mais poderosos do País, que é o sistema financeiro e bancário. E se prepara agora para um segundo grande desafio, que iremos nos deparar na campanha eleitoral, que é a apresentação para consulta pública do marco regulatório da comunicação", disse o dirigente petista durante encontro em Embu das Artes, na Grande São Paulo, para discutir estratégias eleitorais do partido.

No discurso, ele frisou que "(a mídia) é um poder que contrasta com o nosso governo desde a subida do (ex-presidente) Lula, e não contrasta só com o projeto político e econômico. Contrasta com o atual preconceito, ao fazer uma campanha fundamentalista como foi a campanha contra a companheira Dilma (nas eleições presidenciais de 2010).

Segundo Rui Falcão, a imprensa produziria matérias e comentários para atacar o PT . "O poder da mídia, esse poder nós temos de enfrentar", afirmou.

A presidente Dilma herdou do governo Lula o anteprojeto de criação do marco regulatório das comunicações, elaborado pelo então ministro da Secretaria de Comunicação Social Franklin Martins, e apresentado durante a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em 2010, determinando a "criação de instrumentos de controle público e social" da mídia.

Em razão da polêmica que o tema gerou, a presidente Dilma determinou que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, fizesse um pente-fino no texto para evitar tópicos que possam indicar censura ou controle de conteúdo.

Cachoeira. O dirigente petista afirmou ainda que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira deverá ter também como alvo paralelo de investigação o trabalho da imprensa. "Essa CPI vai desvendar também quais são os caminhos de ligação com esses contraventores nos setores da mídia brasileira", disse.

Ao falar das relações entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), apontadas no vazamento da investigação da Operação Monte Carlo, Rui Falcão criticou: "Esse fariseu, que é o senador Demóstenes Torres, é apresentado pela imprensa como sem partido, mas vamos nos lembrar sempre que até um mês atrás ele era senador do DEM".

Segundo o petista, a redução no rendimento da poupança, anunciada anteontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a declaração da presidente Dilma em rede nacional na véspera do feriado do Dia do Trabalho, afirmando ser "inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com os juros mais altos do mundo", mostram o estilo do governo.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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