terça-feira, 17 de julho de 2012

Em Recife, Humberto vê no mensalão “jogo” para prejudicá-lo

Perto do julgamento do Mensalão, petista vê como estratégia dos adversários as versões de que José Dirceu teria apadrinhado o seu nome e enviado emissários ao Recife

Débora Duque

Às vésperas do julgamento do Mensalão, marcado para 2 de agosto, o senador Humberto Costa (PT) aponta a existência de uma estratégia, montada por seus adversários, para tentar vinculá-lo à imagem do ex-ministro José Dirceu (PT), acusado de chefiar o esquema de compra de votos no Congresso. O petista está incomodado com a versão que tem sido propagada pela imprensa de que Dirceu teria “apadrinhado” a sua candidatura no PT nacional e, de quebra, enviado emissários para atuar na campanha à Prefeitura.

No PT local, permanece vivo o “fantasma” de 2006, quando as acusações de envolvimento na Máfia dos Vampiros terminaram por tirar Humberto do segundo turno da disputa pelo governo. Absolvido dois anos depois, ele teme que as tentativas de associá-lo a Dirceu provoquem, agora, um desgaste eleitoral semelhante.

“Alguém está querendo divulgar uma mentira. Estão querendo fazer um jogo para quando chegar o julgamento execrarem José Dirceu e dizer que eu sou ligado a ele. Esse tipo de baixaria é a única coisa que pode me tirar da disputa. Agora, tem gente que só sabe jogar assim”, afirmou, sem citar nomes. Ao negar a interferência do ex-ministro na campanha, o petista disse que só trata de “eleição” com Lula, Dilma e Rui Falcão, presidente nacional do PT.

As declarações foram dadas, ontem, antes de Humberto participar de um encontro com as mulheres do partido. Ainda que de modo cauteloso, ele voltou a insinuar que o governador Eduardo Campos (PSB) descumpriu o acordo firmado com o PT ao lançar uma candidatura do PSB na capital. “Foi ele quem pediu para João da Costa ser substituído. Ele disse várias vezes que achava que o prefeito não ganharia a eleição e chegou a dizer que apoiaria qualquer candidato do PT. O presidente Lula confirmou isso”, frisou, evitando prolongar a polêmica com o PSB. Hoje, ele vai a Brasília, onde articulará a participação de ministros na campanha.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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