quarta-feira, 11 de julho de 2012

Emprego na indústria teve queda de 1,7% em maio, a maior desde 2009

Salários recuaram 2,5% no mês, pela terceira vez seguida, segundo o IBGE

Rennan Setti

Os sucessivos resultados negativos da produção industrial estão provocando demissões e perdas salariais no setor. O emprego na indústria brasileira recuou 1,7% em maio na comparação com o mesmo mês de 2011, informou o IBGE ontem. Foi a oitava queda consecutiva e a mais intensa desde dezembro de 2009, no auge da crise global e quando o emprego na indústria recuou 2,4%. Frente a abril, a redução foi de 0,3%, o terceiro resultado negativo seguido. No ano, o recuo é de 1,1% na comparação com igual período de 2011. Já a perda acumulada nos últimos 12 meses é de 0,3%.

A folha de pagamento real também diminuiu. Apesar de ainda sustentar crescimento no ano (3,8%), o indicador caiu 2,5% em maio, sua terceira queda seguida na comparação com o mês anterior. Seu avanço em relação a 2011 foi de 1,1%, o menor desde outubro e muito abaixo do patamar superior a 4% exibido nos outros meses do ano.

Houve redução no contingente de funcionários em 12 das 14 áreas pesquisadas, em relação ao ano passado. O principal impacto negativo veio de São Paulo, com queda de 3,2%. Do Nordeste (-2,6%) veio a segunda maior contribuição negativa. No Rio, houve queda de 0,8%. Os únicos dois estados com resultados positivos foram Paraná (2,2%) e Minas Gerais (0,3%).

Setor de minério e petróleo contratou mais 3,4%

O emprego caiu também em 12 dos 18 segmentos da indústria. E os que mais sofrem são os ligados à indústria de transformação, justamente a que mais emprega. São as fábricas das áreas têxtil (cujo emprego caiu 5,7% no mês), de vestuário (-8,7%), calçados (-6,1%) e metalurgia (-4,8%), prejudicadas pelo câmbio que favorece a importação e prejudica a entrada em outros países, avaliou o coordenador das pesquisas de indústria do IBGE, André Macedo.

- Há nesses setores uma influência muito clara da forte presença de produtos importados no país - analisou Macedo.

A indústria extrativista vai na contramão do setor, com crescimento de 3,4% no pessoal ocupado entre abril e maio. O segmento é sustentado pela extração de minério e petróleo - em suma, por Vale e Petrobras -, mas o economista do IBGE observa que o setor emprega pouco e teve impacto de apenas 0,1 ponto percentual no índice mensal.

FONTE: O GLOBO

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