quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mercadante: governo chegou ao limite

Ministro diz não ter como elevar proposta de reajuste a professores em greve

Jailton de Carvalho

BRASÍLIA . O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem que o governo federal não tem condições de conceder reajuste salarial acima dos valores já oferecidos aos professores das universidades federais. Segundo o ministro, a proposta de aumento já apresentada ao professores terá um impacto de R$ 4 bilhões aos cofres públicos, e o governo não dispõe de recursos para ir além desse limite.

A proposta de reajuste de até 45% do salário dos professores foi rejeitada na última segunda feira pelo comando nacional de greve do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) 

- Não há margem fiscal para ir além disso - afirmou ontem o ministro, depois de uma reunião com reitores das universidades.

Prioridade é manter empregos, diz ministro

Segundo Mercadante, os reitores entenderam que não há como melhorar a proposta apresentada pelo governo. O ministro disse ainda que existem outros servidores sem reajuste salarial, e que a prioridade do governo federal, neste momento de crise internacional, é proteger o emprego de trabalhadores que não têm estabilidade, ou seja, de alguns setores iniciativa privada.

Para o ministro, a estratégia do governo é estimular a produção voltada para o mercado interno e, com isso, garantir o emprego em áreas mais vulneráveis às oscilações internacionais.

Os professores das universidades federais estão em greve há dois meses. Na última segunda-feira, o sindicato da categoria votou contra a oferta do governo e anunciou que radicalizaria a paralisação. Pela proposta do governo, o reajuste seria escalonado ao longo de três anos.

Um professor com doutorado e dedicação exclusiva receberia R$ 17 mil em 2015. O comando de greve, em assembleia realizada na noite de domingo, entendeu que o reajuste proposto pelo governo não supera os índices inflacionários e beneficia somente quem está no topo da carreira, caso dos professores titulares, que, segundo o Andes, representam 10% da categoria.

FONTE: O GLOBO

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