terça-feira, 3 de julho de 2012

Produção industrial cai 4,3% em maio na comparação com 2011, a nona queda seguida

Segundo o IBGE, o recuo na passagem de abril para maio foi de 0,9%

Lucianne Carneiro

RIO — A produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio na comparação com abril, sua terceira queda mensal consecutiva, informou nesta terça-feira o IBGE. Em relação a maio do ano passado, o indicador tombou 4,3%, o nono recuo seguido e o mais intenso registrado nesse tipo de comparação desde setembro de 2009, auge da crise global, quando foi de 7,6%.

Como resultado dessas quedas sucessivas, a indústria acumula um retrocesso de 3,4% no ano e de 1,8% nos últimos 12 meses — o mais intenso desde de fevereiro de 2010 (-2,6%)

A retração ocorrida em maio foi maior do que estimavam os analistas do mercado financeiro. Segundo pesquisa realizada pela agência de notócias Reuters, esperava-se, em média, uma queda de 0,7% na comparação mensal e de 3,3% na anual.

Segundo o economista do IBGE André Macedo, o resultado de maio mantém a trajetória descendente da produção industrial. Ele afirmou que os resultados negativos refletem fatores como o nível de inadimplência maior da economia, que compromete a renda das famílias, e o próprio cenário da crise internacional, que traz expectativa negativa para os empresários.

— É o terceiro dado negativo frente ao mês anterior, o que resulta em uma perda acumulada de 2% nos últimos três meses. Pelo resultado de maio, vemos um perfil de queda bem generalizada para o setor industrial. Pelas categorias de uso, o único resultado positivo foi apresentado pelo segmento de bens intermediários, que subiu 0,2%.

Houve queda da produção industrial em 14 dos 27 segmentos pesquisados na comparação mensal em maio. Teve destaque a contração no segmenro de Veículos automotores, que registrou queda de 4,5% e interrompeu um crescimento de 22,7%. O segmento de Alimentos também mostrou retração em maio, de 3,4 por cento, acumulando perdas de 7,1 por cento em dois meses seguidos de recuo na produção.

O IBGE também destacou, como atividades que tiveram desempenho ruim no período, a de Material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-10,9%), e Calçados e artigos de couro (-5,3%).

IBGE revisa para abixo resultado dos meses anteriores

Na ponta oposta, houve avanço no segmento de Produtos de metal, com alta de 13,2% no período, revertendo a perda de 6,1% acumulada em três meses de taxas negativas consecutivas. A atividade de Indústrias extrativas também mostrou crescimento, de 1,5%, enquanto que Borracha e plástico apresentou expansão de 2,6%.

Na comparação com maio de 2011, 17 dos 27 segmentos mostraram recuo na atividade, com destaque para Veículos automotores (-16,8%), “pressionado pela queda na produção de aproximadamente 75% dos produtos investigados no setor.”

Se os resultados da índústria ao longo do ano já eram desanimadores, o IBGE divulgou nesta terça uma revisão dos dados de meses passados que piora a situação do setor. A variação da produção em abril foi revisada de -0,2% para -0,4%; a de março, de -0,5% para -0,8%; a de fevereiro, de 1,3% para 1,2%; e a de janeiro, de -1,7% para -1,9%.

FONTE: O GLOBO

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