sábado, 25 de agosto de 2012

A retórica do revisor

Lewandowski abusou de adjetivos e superlativos em sua exposição

PALAVRAS

Evandro Éboli

BRASÍLIA - O ministro Ricardo Lewandowski usou e abusou de superlativos e adjetivos para inocentar o deputado João Paulo Cunha (PT-SP). Por oito vezes, ele afirmou estar "impressionado" ao se referir a provas que absolvem o petista.

- Impressiona depoimento dos outros publicitários - exclamou, referindo-se à suposta legalidade de terceirização em contratos com agências de propaganda.

- Dado que me impressionou e me calou fundo - afirmou, em outro momento, ao se referir à legalidade, no entendimento dele, do contrato da SMP&B, agência de Marcos Valério, com a Câmara.

Para o revisor, nesse caso, a prova é "insuperável e categórica". Lewandowski acredita ser "fato incontroverso" e "imperioso perceber" que 88,6% dos serviços pagos pela Câmara à SMP&B foram terceirizados, e não 99,9%, como denunciou o MP. Outro argumento foram os "fartos depoimentos" nos autos a favor de João Paulo. O ministro do STF absolveu o petista da segunda acusação de peculato graças à "sólida prova produzida", e disse que está provada a inocência do réu "de forma irretocável".

FONTE: O GLOBO

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