sábado, 8 de setembro de 2012

Milícias: candidato do PSOL nega crise e critica postura de Paes

Na Zona Oeste, prefeito diz que esse é um assunto apenas do adversário

Vera Araújo

O candidato à prefeitura do Rio pelo PSOL, Marcelo Freixo, negou ontem que o partido esteja enfrentando uma crise, depois da descoberta de um candidato a vereador suspeito de ligações com milicianos. Segundo ele, o PSOL foi rápido na decisão de expulsar da legenda Rosenberg Alves do Nascimento, o Berg Nordestino, e agiu com coerência para o enfrentamento ao crime organizado.

No entanto, Freixo não deixou de alfinetar a coligação que apoia o prefeito Eduardo Paes (PMDB), dizendo que até agora nada foi feito contra o candidato a vereador Wagner Nicácio de Souza, o Wagner Bororó, presidente licenciado da Associação de Moradores da Grota, no Complexo do Alemão, investigado pela polícia como suspeito de negociar apartamentos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

- É evidente que não podemos atribuir isso ao prefeito. Esse candidato (Bororó) continua fazendo campanha. O problema é como você reage a isso. O diretório estadual do PSOL agiu com firmeza e rapidez expulsando ele (o Berg) por manter relações políticas com milicianos que nós enfrentamos.

Em nota o deputado federal do PSOL Chico Alencar, enfatizou que o partido agiu prontamente: "Os partidos fazem cara de paisagem, enquanto nós cortamos o mal pela raiz. É palmar que reconhecemos o erro e vamos apertar ainda mais os nossos mecanismos de triagem - éticos, políticos, ideológicos - para filiação e candidaturas.

Paes: "Isso compete ao PSOL"

Freixo esteve ontem de manhã na concentração do evento "Grito dos Excluídos", na esquina da Avenida Presidente Vargas com Rua Uruguaiana, próximo ao local do desfile de 7 de setembro.

O candidato do PSOL foi além, lembrando que, o secretário da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, que é um dos coordenadores da campanha de Paes, sabia sobre os milicianos, porque foi integrante da CPI das Milícias, em 2008.

Em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, principal área de ação dos milicianos na cidade, Eduardo Paes disse que não vai comentar mais sobre o assunto. Durante "correata", mistura de passeata com carreata, na Colônia Juliano Moreira, o prefeito chegou a afirmar que o assunto é passado:

- Não vou ficar comentando. Isso compete ao PSOL e não a mim.

FONTE: O GLOBO

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