domingo, 14 de outubro de 2012

Presidenciáveis montam as trincheiras para 2014


Vitoriosos nas eleições municipais em seus redutos, Aécio e Campos já pensam nas estratégias para derrotar o PT na disputa pela Presidência

Paulo de Tarso Lyra
As eleições municipais do último domingo marcaram, como mostrou o Correio, a supremacia de dois caciques em seus redutos eleitorais. Mais do que mera lição de casa, as vitórias obtidas pelos presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) em Recife e Aécio Neves (PSDB) em Belo Horizonte, além dos bons resultados do PT de Luiz Inácio Lula da Silva no ABC e na capital paulistana dão tranquilidade para que os líderes políticos pavimentem voos mais altos.

A preocupação em não perder o controle nos próprios domínios fez com que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, antecipasse o planejamento político para 2014. Como o PT rachou em Recife, ele lançou Geraldo Júlio (PSB) candidato a prefeito. A ideia inicial do presidente nacional do PSB era preservar Geraldo para a sucessão em 2014. Mudou de planos e conseguiu eleger o pupilo em primeiro turno.

Para não expor as estratégias aos adversários, Campos guarda algumas opções que não conta para ninguém. Todos os nomes pré-colocados para a prefeitura este ano passam a ser opções: o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho; e os secretários Tadeu Alencar (Casa Civil), Sileno Guedes (Articulação Social ) e Danilo Cabral (Cidades). Entre os aliados do governador, especula-se até uma aliança com o senador Armando Monteiro Neto (PTB). “Nosso bunker está completo. Podemos pensar com calma sobre o que fazer em 2014”, disse ao Correio um aliado do governador. 

O senador mineiro (PSDB) também teve êxito na sua empreitada em Belo Horizonte, mas terá um pouco mais de trabalho para encaixar as peças em Minas. A primeira vitória obtida por ele foi o rompimento com o PT na capital mineira. Ele pressionou para que o prefeito reeleito, Márcio Lacerda, não abrisse espaço para os petistas na chapa proporcional para vereadores. Aécio ainda não definiu quem será o candidato ao governo mineiro. Ainda durante a campanha, especulava-se que Márcio Lacerda poderia ter um mandato mais curto na prefeitura, tornando-se opção para suceder Anastasia. Tanto ele quanto Aécio negam a hipótese para não arcar, antecipadamente, com o mesmo desgaste vivido por José Serra, em São Paulo. Boa parte da rejeição do tucano paulista deve-se ao fato de ele ter deixado a prefeitura paulistana com apenas um ano e quatro meses de mandato para concorrer ao governo do estado, em 2006.

Fonte: Correio Braziliense

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