domingo, 11 de novembro de 2012

Mineiros e paulistas já disputam controle do PSDB

Em jogo, escolha do candidato tucano à sucessão de Dilma

Gustavo Uribe

SÃO PAULO - Numa queda de braço entre São Paulo e Minas Gerais, a disputa pelo comando do PSDB já começa a ser discutida pelos dois principais grupos do partido, em uma prévia do embate que será travado pela escolha do candidato tucano à sucessão da presidente Dilma Rousseff. Pelo regimento da sigla, o deputado federal Sérgio Guerra não poderá concorrer à reeleição em maio, o que tem levado paulistas e mineiros a iniciarem as articulações pela hegemonia da legenda. A conquista da direção do partido, na avaliação de líderes tucanos, dá vantagem na linha de largada para a eleição nacional, já que o posto é responsável pela condução do processo de definição do candidato.

Em sua campanha ao Palácio do Planalto, o pré-candidato do PSDB e senador Aécio Neves (MG) tem trabalhado para emplacar um aliado no posto e, assim, garantir o seu favoritismo na disputa interna. Nos bastidores, o tucano tem defendido o atual secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro, nome que conta também com a simpatia do atual presidente. O mineiro atuou como coordenador da campanha eleitoral do senador em 2010, é considerado um dos fiéis escudeiros do tucano e é tido como membro da nova safra de lideranças do PSDB.

Na defesa de seu candidato, Aécio Neves tem pregado a renovação dos quadros políticos da sigla. Em conversa, em outubro, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defendeu a necessidade de eleger uma nova geração para o comando do partido. Para o presidente do PSDB de Minas Gerais, Marcus Pestana, a Executiva Nacional da legenda terá de "espelhar o novo momento do país".

- É preferível que o futuro presidente esteja sintonizado com esse novo momento do PSDB. Não faz sentido ser alguém que não traduza essas novas preocupações - afirmou o presidente estadual.

Com o enfraquecimento político de José Serra, derrotado na capital paulista, o PSDB de São Paulo tem se movimentado para recuperar o seu peso político na instância partidária e evitar o avanço de Minas Gerais pelo comando da sigla. Com chancela do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, líderes tucanos têm defendido a permanência do ex-governador Alberto Goldman na direção do PSDB. O aliado de Serra ocupa interinamente a presidência tucana desde o afastamento médico de Sérgio Guerra, em outubro.

Fonte: O Globo

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