quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PIB tem maior queda em 11 meses, diz BC

Prévia do indicador mostra queda de 0,52% em setembro

Vivian Oswald, Cristiane Bonfanti

BRASÍLIA - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país), mostrou que a economia brasileira encolheu 0,52% em setembro em comparação a agosto, interrompendo o processo de retomada da atividade iniciado em abril. Esta é a primeira vez desde abril que o indicador apresenta um retrocesso na comparação com o mês anterior. O resultado de ontem também foi a maior queda em 11 meses.

O mau desempenho, que já era esperado pela equipe econômica, não chegou a preocupar o governo. Isso porque IBC-Br encerrou o terceiro trimestre com uma alta de 1,15%, contra os três meses anteriores. Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esta é a confirmação de que a economia está em recuperação, pois o número remete a um crescimento anualizado de 4,7%.

- Em outubro, vamos ter de novo uma elevação, porque o mês tem mais dias úteis que setembro. A economia está em recuperação, sim. Está crescendo - disse, ao ressaltar que o resultado final só será conhecido no fim do mês, quando o IBGE divulgará o crescimento do PIB no terceiro trimestre.

Mas esse ritmo não deve ser mantido no último trimestre do ano, segundo admitem os próprios técnicos do governo, que já trabalham com a possibilidade de a expansão do PIB ficar em torno de 1% neste período.

Para o economista-chefe do banco ABC, Luis Otavio Leal, parte da queda da atividade econômica em setembro se justifica por revisões que o BC fez na série do IBC-Br e pelo fato de a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ter inflado os números de agosto. Mas a recuperação ainda não está garantida, segundo o economista.

- A grande pergunta é se essa é uma recuperação sustentável ou não passa de um voo de galinha. Por enquanto, a retomada está sendo garantida apenas pelo consumo. E a única resposta para isso depende dos investimentos, que, no terceiro trimestre, devem ficar negativos. Essa é a grande pergunta para 2013. Se vierem, o país poderá crescer 4% em 2013 - disse.

Mantega prevê 4,5% em 2013

Para Mantega, a queda do mês se justifica pelo fato de o mês de setembro ter sido mais curto do que o anterior.

- Agosto foi um dos meses com maior número de dias úteis, 23 dias úteis. Em setembro, foram só 19 dias úteis. Então, todos os indicadores caem de 15% a 20% por causa dos dias úteis - disse.

O ministro da Fazenda, contudo, resolveu arriscar um palpite para o desempenho da economia a partir do ano que vem, quando estima que o PIB pode se expandir entre 4% e 4,5%. Para crescer entre 5% e 6% ao ano a partir de 2014, Mantega destacou que é preciso fazer muito investimento em infraestrutura e logística.

Fonte: O Globo

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