domingo, 2 de dezembro de 2012

Líderes pregam entendimento dos presidentes dos partidos

Há quem defenda constituinte exclusiva para tratar reforma

BRASÍLIA - Além das dificuldades que há anos impedem a votação de uma reforma política no Congresso, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), diz que antes de qualquer votação é preciso ouvir os presidentes dos partidos:

- Temos só três semanas de votação este ano. Se votássemos um ou dois itens seria uma boa sinalização de que a Casa, enfim, começou a reforma política tão esperada. Mas o debate tem que envolver os presidentes de partidos (o que não ocorreu ainda).

Na oposição, o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), também defende debate mais amplo nos partidos:

- Dada a diversidade de opiniões sobre os temas, ou há um entendimento mínimo entre os presidentes dos cinco ou sete principais partidos, finalizando com as bancadas da Câmara e do Senado, ou será como cego em tiroteio. Vejo mais boa vontade do que chance real de votar algo. Não é fácil.

Incredulidade x otimismo

O líder do PR, Lincoln Portela (MG), é mais realista e direto, e não acredita que a empreitada de Henrique Fontana, relator do projeto, surtirá efeito este ano:

- Quem nunca sonhou já nasceu velho. Explico: Fontana pode sonhar, mas pelo momento que a Casa vive e por não haver consenso nos pontos da reforma é difícil votar ainda este ano. Vamos fazer o debate no próximo semestre.

Para Fontana, o importante é o presidente da Câmara, Marco Maia, levar o debate ao plenário:

- Os partidos e os deputados poderão se posicionar perante a sociedade. A maior parte da sociedade quer a reforma política, assim como a maioria dos deputados.

Diante de tantas dificuldades e depois de inúmeras tentativas, há quem defenda ainda uma constituinte exclusiva para tratar do tema, ou a votação de regras que só entrem em vigor em duas ou três legislaturas - ou seja, um pouco mais longe dos problemas e interesses atuais dos partidos e dos políticos.

Fonte: O Globo

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