domingo, 9 de dezembro de 2012

Mais uma vez, o desafio de evitar divisão interna

Entre os planos para o senador mineiro, percorrer todo o país

SÃO PAULO - A quase dois anos das eleições presidenciais, o comando do PSDB já inicia operação para colocar Aécio Neves no centro dos holofotes e transformá-lo no principal porta-voz da sigla. Para 2013, o partido organiza, para o segundo semestre, um périplo do senador mineiro pelo país. Em sua primeira disputa presidencial, o objetivo é arregimentar apoio entre lideranças regionais, bem como torná-lo conhecido entre os eleitores.

O senador mineiro será ainda a estrela dos programas eleitorais da legenda na televisão e no rádio no ano que vem, além de anfitrião de congresso partidário, que será organizado no primeiro trimestre, para definir as bandeiras da sigla para 2014. Na terça-feira, ele participará de evento promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, órgão tucano de formação política, que discutirá os dois primeiros anos do governo, com as presenças do economista Edmar Bacha e do cientista político Bolívar Lamounier.

- A ideia predominante é que o Aécio Neves assuma a presidência da sigla, em maio do ano que vem, para que ele se transforme em uma espécie de porta-voz. O PSDB precisa realinhar o seu programa às atuais questões nacionais e ter alguém que personifique essas ideias na televisão, em viagens, em eventos - defendeu o presidente do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana.

Em setores do partido, a avaliação é de que o líder tucano precisa adotar um discurso mais duro caso queira vencer a disputa ao Palácio do Planalto. Para lideranças tucanas, nos últimos anos, o senador mineiro teve uma atuação oposicionista "fraca", que ainda não empolgou a oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. O lançamento precoce de sua candidatura teve como objetivo moldá-lo a tempo para a disputa eleitoral, bem como aplacar disputas internas no partido.

O diagnóstico é de que a sigla não pode chegar à sucessão presidencial mais uma vez dividida, fator apontado como decisivo para a derrota da legenda nas disputas anteriores. Em 2006, José Serra e Geraldo Alckmin levaram a disputa pela candidatura tucana até março daquele ano e, em 2010, Serra e Aécio enfrentaram-se nos bastidores até o final de 2009.

- O lançamento reflete um desejo majoritário no partido de ter logo o nome do candidato definido. Em eleições passadas, nós pecamos nessa questão de tempo, mas, agora, há um período bastante razoável até as eleições presidenciais - considerou o secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro.

Fonte: O Globo

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