quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Mais ofensiva do PT contra Campos

Ministro de Integração na mira do PT

FBC: mais uma vez na rota do PT

Bruna Serra

A possibilidade do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), cair nos braços do Partido dos Trabalhadores (PT) foi recebida com incredulidade, ontem, no Palácio do Campo das Princesas. Não que uma eventual saída do ministro venha a ser tratada como um "grande drama" nas hostes socialistas, mas a orientação do comandante, o governador Eduardo Campos, é aplicar ao pé da letra a máxima de "não dar intimidade a problema".

O recado aos colaboradores é de que, em público, não se deve render o assunto e tratar sem alardes uma possível saída. Pessoas próximas ao governador afirmam que, ao ler a notícia, ele não esboçou grandes reações. Apenas teria atirado o jornal sobre a mesa e resmungado: "Isso é conversa fiada!"

Alguns liderados chegam a afirmar que o episódio é mais um capítulo da estratégia petista de expor traços de uma alegada falta de unidade no PSB, na tentativa de fragilizar as pretensões nacionais do governador.

Não é novidade que o ministro almeja ser governador de Pernambuco e, no momento, as peças não apontam que será ele o rei desse xadrez. Eduardo Campos, embora com dificuldades para escolher seu sucessor, não tem dado muita atenção ao aliado.

Antes de ser ministro, ele foi rifado da corrida pelas duas vagas na disputa pelo Senado Federal em 2010, vencida pelos posteriormente eleitos Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT).

Entre as lideranças petistas estaduais, a migração do ministro está sendo tratada como mais uma atitude unilateral da Executiva nacional do partido, que arbitrou, sem sucesso, o duelo municipal em 2012. Não houve qualquer contato com líderes locais da legenda sobre o eventual desembarque de Bezerra Coelho.

Em reserva, petistas afirmam que essa é uma articulação do ex-presidente Lula, que busca assegurar um palanque competitivo no Estado para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). A proximidade entre o ministro e o ex-presidente não nasceu ontem, começando quando Lula disputava pela segunda vez a Presidência da República, em 1994. E Dilma estaria afirmando a interlocutores sua satisfação com o trabalho do socialista à frente da pasta.

Em um ano e meio, o ministro da Integração está protagonizando o segundo episódio envolvendo o PT de Pernambuco. Em setembro de 2011, ele transferiu seu domicílio eleitoral de Petrolina para o Recife, na primeira pista de que o PSB teria candidato próprio na capital contra o PT, manobra que culminou com a eleição do hoje prefeito Geraldo Julio (PSB).

Outro ponto nevrálgico é a relação do ministro com o deputado estadual e ex-prefeito de Petrolina, Odacy Amorim, que trocou o PSB pelo PT depois de ver rifada sua pretensão de tentar a prefeitura do município sertanejo. Como Fernando Bezerra, até então seu padrinho político, não saiu em sua defesa como Odacy gostaria, a relação dos dois virou fumaça.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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